Nos idos de minha infância
Todos os dias sonhava em chegar sozinho
A pequena Praça da Cussy.
Quando jovem costumava passar por lá
Sem ter que estar de mãos dadas
Com alguém mais velho.
Na mochila sempre o caderninho de anotações
Do corpo aos pés vestia o negro da contestação
Ali! Todas as vezes sentava com a solidão.
Na noite de minha maturidade
Um pouco grisalho, com cabelos sem cortar
Meu primeiro beijo, nessa praça poderia ter dado
Como disse o poeta! Fui sincero como não se pode ser.
E a noite de setembro ficou triste para ambos
E a noite poderia ter sido linda
E nas nuvens de minha ação.
A carta da razão me deixou sozinho
A noite terminou de cabeça baixa
Sem abraço de partida.
Na manhã chuvosa de outro dia
Numa praça de olhos esperançosos
Senti profundo o silêncio da partida
Sem outro abraço de despedida.
Agora caliento no coração
Outros laços sem erros
Donde as palavras não nos afaste
Nos jogando num mundo de cabeças baixas.
Nesta tarde posso sentir o silêncio da partida
Sem outro abraço de despedida.