Por Eric Costa e Silva
Todos os dias ao jazer
Lá do fundo vem uma voz
Os súbitos tomam conta de mim
Pelas mesmas vontades sou pego.
Queria falar contigo!
Meu sentimento demonstrar
Mas não posso fazer!
Não faço... Não faço.
O que fazer então?
Cantar! Também não posso
Esse pássaro anos encarcerado
Não tem voz afinada
Apenas brinca no esconderijo
Sem nutrir o estrelato.
O que fazer então?
Tocar! Também não posso
Minhas mãos são tremulas
Já tentei quase todos os instrumentos
Agora! Apenas sou platéia ativa.
O que posso dar-te?
Só poesia pequena
Uma tanto criticada e dita infértil!
Um carinho imenso a toda hora
Até mesmo após a fila do desespero.
Quase todas as brasileiras
Tem certa similaridade
Com os quilômetros de distância vistas.
Mais me diga!
Quem nunca ficou lá
A espera de algo
Com o olho brilhando
Feito mago sem bruxa
Na frente do caldeirão
A ver no gesto circular
A suculenta máquina dos sentimentos.