Foto de Beatriz Medeiros de Melo
Por Eric Costa e Silva
A
paisagem não é apenas aquilo que vemos
Sentença
batida na minha mente e na voz
Desde
os idos de um tempo
Dos meus dezenove anos.
Dos meus dezenove anos.
Naquela
tarde já sentia nos olhares
O
meu presente malgrado em certos rostos
Eles
ainda tentam levar-me ao solo.
Uma
piada desproporcional
Uma
cara de desconfiança
Uma
decisão onde o cajado das palavras
Reluz
a sina do eu preterido.
Não
falta-me a esperança hoje
Algum
dia na minha liberdade sonhada
Não
darei mais chances para a tristeza.
Um
dia estarei mais além de apenas meu querer
Nem
mesmo deixarei possibilidades vividas
Serem
apagadas pelo respeito não recíproco.
Na
praia das minhas memórias
Onde
nem pássaros são acasos
Uma
palavra de carinho cabe.
Em
toda escala planetária
Nem
todos estão preparados
Para
aplaudir o pôr do sol.
Depois
de um certo artista ganhar o jabuti
Pra
que olhar para o céu, quase virou lei
Nos
cantos periféricos do campo e da cidade.
O
sol pondo-se no horizonte
Apenas
os lembram os hábitos
Dum
marco para o descanso
De
seus trabalhos enfadonhos.
Nos
cantos de minha vida cotidiana
Aprendi
a olhar a beleza dos dias
Sentar
no sofá da sala com minha solidão
E
sonhar nas asas de minhas poesias.
No
horizonte de uma noite a chegar
Sempre
tenho a chande cordial da memória
Dum
bom ouvinte, uma palavra amiga
Daqueles
poucos que ousam estar ao meu lado.
Seja
bem vindo nascer e pôr do sol
Inundem
os olhos dos seus observadores
Faça
de seu poder, um fôlego a mais nas nossas vidas.