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6/12/2015

PÔR DO SOL


Foto de Beatriz Medeiros de Melo


Por Eric Costa e Silva

A paisagem não é apenas aquilo que vemos
Sentença batida na minha mente e na voz
Desde os idos de um tempo
Dos meus dezenove anos.

Naquela tarde já sentia nos olhares
O meu presente malgrado em certos rostos
Eles ainda tentam levar-me ao solo.

Uma piada desproporcional
Uma cara de desconfiança
Uma decisão onde o cajado das palavras
Reluz a sina do eu preterido.

Não falta-me a esperança hoje
Algum dia na minha liberdade sonhada
Não darei mais chances para a tristeza.

Um dia estarei mais além de apenas meu querer
Nem mesmo deixarei possibilidades vividas
Serem apagadas pelo respeito não recíproco.

Na praia das minhas memórias
Onde nem pássaros são acasos
Uma palavra de carinho cabe.

Em toda escala planetária
Nem todos estão preparados
Para aplaudir o pôr do sol.


Depois de um certo artista ganhar o jabuti
Pra que olhar para o céu, quase virou lei
Nos cantos periféricos do campo e da cidade.

O sol pondo-se no horizonte
Apenas os lembram os hábitos
Dum marco para o descanso
De seus trabalhos enfadonhos.

Nos cantos de minha vida cotidiana
Aprendi a olhar a beleza dos dias
Sentar no sofá da sala com minha solidão
E sonhar nas asas de minhas poesias.

No horizonte de uma noite a chegar
Sempre tenho a chande cordial da memória
Dum bom ouvinte, uma palavra amiga
Daqueles poucos que ousam estar ao meu lado.

Seja bem vindo nascer e pôr do sol
Inundem os olhos dos seus observadores
Faça de seu poder, um fôlego a mais nas nossas vidas.