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6/10/2015

AINDA TENTO


 Por Eric Costa e Silva

A manhã mostrava toda a sua beleza
O sol levantava mansinho no horizonte
Enquanto seu laranja se misturava as nuvens já quase azuis.

Sentado no pilar eu avistava os pássaros em revoada
Dentro de eu, crescia a necessidade de voar
Para outros lugares de minha imaginação.

De repente na mesma hora
Dada de todos os dias
Um rastro branco se faz no céu.

É mais uma vez um jato
Que leva meu sonho esquecido de criança
Sonho de um dia pilotar uma aeronave.

Pelas mãos, a menina é carregada
Mais um dia de aula que ela ainda não compreende
Os trabalhadores já se encaminham cabisbaixos
Para outro dia de labor.

E eu, um ser observador meio esquecido
Pego-me a poemar as vidas que passam
E eu, um ser sem sorte a vagar pela cidade
Ainda procuro olhar o Porto Seguro da bondade.

Um poeta pode ser solitário
Viver uma vida inteira de estranheza
Um poeta, só não pode deixar de sonhar.

 Ao sentar na escada dos nossos dias
Um poeta deve ler nos olhos de quem sobe
Suas vividas vontades de tempos
Ali, na poesia, deve estar presente.

Ao sentar na escada dos nossos dias
Um poeta deve escrever as poesias
De todo seu cotidiano
E em cada uma delas
Deve buscar olhar de alegria surgir em outros olhos

Dura a realidade, seria eu esse poeta?
A contar o cotidiano de forma
A colocar a felicidade na face dos leitores?
Não sei, mas ainda tento.