Por Eric Costa e Silva
(Poema a um amor imaginado de infância e materializado nas formas de um astro)
Sobre brumas espumantes da linha corpórea
Os campos multidimensionais se fundam em espelhos
Neles encontramos uma força incomum
Pra compreendermos as diversidades dos traços
De todos os ditos desta vida que estamos inseridos.
Nesta estrada torta triste
Não suportamos a idéia
De ficarmos um só segundo
Num lugar onde as partes
Por nós não sejam desvendadas em sentidos.
As buscas da madrugada acalorada
Em nossas mentes saltam inquietos
Os delírios subjetivos
Do novo armado relacionado
Em os arredores da palha em barro.
Sentimos o gosto distante
Elas pelas ruas caminham sedentas
A sonhar com o dia cósmico
Onde o todo um dia dilacerado
Possa mostrar eminente à parte junta de toda parte.
Em devaneios de gente normal
Essa essência é só uma linha ilusória
Que sem muito esforço a qualquer momento
Os atos podem romper em fatos.
Quem nos impõe o que é normal?
Os mesmos homens esquálidos
Que ceifam vidas inteiras
Em atos desproporcionais de guerra
Ou aqueles velhos novos escravistas
Que a caneta de alto valor
Nos fazem engolir desejos
A entoar a minha loucura.
Eles estão certos?
Ou será uma falta de compreensão
Pois quem sabe da linha
Não deve ver a realidade
Que a cada novo dia
Nos fulmina a volta do combate.
De nossas vidas gentis
A favor dumas vidas sob as outras.
De tantos espinhos dourados
A furar a pele dum sem fim de pessoas.
Se lutar a todo minuto
Por uma sociedade toda igualitária
É existir em loucura
Então sou o mais desvairado de todos.
Se amar ao próximo
Ou mesmo amar sem ser amado
Sem o amar dele escutar
Sem te-la em meus braços
Nas noites frias do cansaço
É viver na loucura
Então me julgue mais uma vez.
Se escutar nos parques
A voz imediata da mudança
É estar na loucura
Então me teste em mim mais remédios
Mais não esqueça de textar
Todo o poder revelador dos astros
Todo o poder de um amor ingênuo
Todo o poder de mais de uma decada de espera.
Se ansioso no Mundo estou
A espera da luz da salvação eterna
Só vista e querida no fim classista
É habituar-se na loucura
Então me esqueça deitado no corredor
Da sua fria mente retrograda.
Nunca foi tão difícil durar
Nem mesmo conviver com meu olhar
A espreitar o passado
Sem mesmo encontrar o seu
Nunca foi tão difícil amar.
Pois a cada badalar dos sinos
Nós saboreamos as manchas dum cristal supremo
A exalar os cânticos uniformes
Da inoperante busca da duvida.
Quem anda na duvida
É incapaz de sentir
Todas as outras certezas
Da necessidade da mudança paradoxal
Dadas pelo não dado
Inerentes a volúpia maravilhosa do real.
Onde a cada gesto meu em pranto feliz de encontro
O tudo se sente em carne do cadáver do menosprezo
Que revê-la presente
Nos desejos repletos de algo mais.
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