Por Eric Costa e Silva
Nesta
noite prateada
Lá vem minha vã fragata
Lá vem minha vã fragata
Com a
voracidade dos tempos
Sua
marcha devora as nuvens.
Eu
menino! Vou lentamente com seu norte
Sempre
intenso de lembrança
De rosas
dum bem-querer por você
Oh! Minha
amada de ontem e hoje.
Cada leme
em proa forte ecoa
Homens
solícitos fazem da parte
A parte
conjunta em enlaces.
Meio
fraterna clerical
Duma
verdadeira deusa
A dar
força ao barco.
A imagem
dela que na terra reza
Faz-me
ver que a cada légua passada
Quero o
calor dos teus abraços
Quero o
suave toque dos seus lábios
Quero o
sabor da luz dos seus sorrisos
Quero o
porto seguro do seu colo.
Na vela e
nas faces singelas
O vento
bate sua conversa afinada
Ele me
leva as curvas da imensidão
Ela
encanta essa minha incursão
Que
embala nas estrelas
As novas
minas das descobertas.
Depois de
divagar solene
Nos teus
traços perenes
Sinto-me
fortalecido.
A solidão
de antes foi preenchida
Pois até
no vazio
A poesia
teima matreira
Em deixar
seus traços colores
A brotar
pela imensidão dos mares.