Por Eric Costa e Silva
Como
um vampiro brasileiro, minhas Histórias de vida, quase todas são
dadas e simbolizadas pelo império das noites, muitas delas vem da
vivência nos bancos de instruções escolares e dos extras aulas,
essa é mais uma delas, com componente de misto de agrado pela
experiência e pela distrofia do abandono de mais um sonho.
O
ano datava seu primeiro semestre de 2009, quando o poeta nascente
aproveita a sala vazia do curso de enfermagem da Universidade
Paulista de Araçatuba para traçar duas letras e dois números no
quadro-negro, o mesmo esperava ávido os preenchimentos de saber da
prezada professora da disciplina de Educação em Saúde, a querida
Márcia Frandsen Pereira, com nenhuma preocupação de ser
compreendido e com a vontade apenas de demostrar um certo passo a
frente na História, o mesmo rabisca em letras garrafais, H1N1.
A
grande profissional adentra a sala e seu olhar denota o
questionamento. Quem haveria escrito aquela, até então não
significada fórmula? Mesmo com toda a sua postura de arguidora, a
sala, sem mesmo saber o dono do rabisco fez se em silêncio.
Na
mesma semana, a gripe influenza A (H1N1), ou popularmente conhecida
como gripe suína passa a tomar os primeiros noticiários do
Planetário de Gaia. A Santa Casa de Misericórdia de Araçatuba já
recebia os primeiros casos suspeitos, ali acamados, alguns de nossos
cidadãos esperavam o diagnóstico e os primeiros protocolos de
tratamento, ainda não qualificados na prática.
Mesmo
sabendo da propensa fama de homem de poucos amigos, o poeta, antes do
início da aula de Políticas de Saúde procura seu preletor, outro
insuspeito e bem-sucedido professor Luis Roberto Lourena para ter uma
conversa, na qual pode parecer, aos olhos dos demais como um delírio
em forma bem escrita e conexa.
Sem
delongas, pois a aula já se iniciaria logo após alguns minutos e
com a notória procura diária pela atenção do nobre professor, o
poeta com um semblante eufórico, o jovem aprendiz pede autorização
para conversar com o grande Luis.
Depois
da aceitativa da conversa, o poeta a ele sugere o assunto a ser
abordado, uma certa afronta, pois tratava-se da quebra de acordo
quanto ao trato de questões relativas a disciplina de Epidemiologia
– vale a lembrança, nessa o 10 foi garantido. Lourena, vejo que os
procedimentos de protocolo de atendimento a gripe suína, influenza A
(H1N1) passam por uma fase de descoberta.
O
olhar do mestre agora é de intensa curiosidade, na sua face cresce a
indagação, seria mais um a querer conseguir atenção e amizade por
meio de uma conversa inusitada e desproporcional? Porém, o jovem –
hoje sabemos, não enfermeiro, passa a com sua voz rouca a balbuciar
as primeiras constatações.
Nobre,
minha intuição histórica e de vida, de um homem, um dia colocado
ao pé do sofá da sala em estado quase total vegetativo demonstram,
uma das melhores formas de tratamento até o momento, pois ainda não
temos uma vacina específica para a gripe suína (H1N1), com intuito
de diminuir os sintomas do agravo de saúde, passa pela ministração
indicativa do uso
de oseltamivir (Tamiflu®). E o mestre enfermeiro toma a disposição de analisar a medida, sua decisão é bem maior que a dica, pois a palavra de um profissional com o seu gabarito torna-se aliada do bem maior daqueles a necessitar da medida.
O
anjo torto das descobertas mais uma vez sorri, e como medida efetiva
fica a lembrança de que a gripe suína hoje atinge a memória, mas
não dos pacientes e sim de um velho jovem, do qual agora se vê com
uma boa História para contar aos leitores desse pouco influente
blog.