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2/20/2015

POÉTICA PERIFÉRICA



Por Eric Costa e Silva


No jardim da saudade está o poeta

Na sua eterna busca pelo novo

A receber a brisa da lagoa no rosto.


As margens dela se tornam mais espessas as luzes

Estas se fundem as margens do seu ser

Dando a ambas uma maior revelação das doutrinas

Sendo todas tomadas pelo ar armado

Das lisonjeiras pétalas de chumbo.


Onde estão as belas inatas palavras

Um dia tomadas do poeta

Dadas a outros mitos

Se não aqui nas paginas amarelas

Desta minha inútil imaginação

Sempre a espera dum novo enredo.


Enredos de pétalas e chumbo

Vidas que se vão aos montes

Sem mesmo dizerem adeus

Ou tocarem a face da alegria.


Pétalas que são mais que flores

Chumbo tal qual o céu de inverno

Chumbo tal qual a ordem das vozes roubadas

A esfriar os cabelos da menina

Ou só um fim de saudades a unir um só desejo.


E cá estão o homem e a poesia

Um a esperar o outro

Com um sorriso mais tenro de fevereiro

Sempre dito aos cantos da paisagem.


Poesia é sempre mais que imagem

O homem não é só esta forma

Nem mesmo apenas semelhança

Eles são em si algo divino

A regar as profundas respostas

De tudo aquilo que um dia


Nos pegamos a perguntar ao vento.


Onde estão as palavras

Os gestos de amor

Onde estão os homens

Das novas margens do rio.


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