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5/08/2015

DEVANEIOS


Por Eric Costa e Silva

Outra manhã se esvai no relógio de parede
Nos meus devaneios lembro-me de gente normal
Que teima em suas palavras em voltar-me com rótulos
Duma essência de uma linha ilusória.

Cada laço dessa linha
Posta nas duas margens do rio
Eu faço muito esforço para compreender seus momentos
A romperem os cânticos de eternidade
Com palavras agressivas de um leão faminto.

Quem nesta vida inteira
Nos lugares de qualquer cidade
Nos pode impor o que é normal?

Hoje os imponentes da normalidade
São os mesmos homens esquálidos
Que de suas mesas ceifam vidas em escala.

Quem nesta vida inteira
Nos lugares de qualquer cidade
Nos pode impor o que é normal?

São essa gente que nos dias
Em vontades desproporcionais de guerra
Ou mesmo de ódio ao outro
Caminham seus dedos em riste
Aos narizes de todos
Para apontarem o ser normal.

Cada palavra dita em nossas faces
Suas canetas de altos valores
Nos fazem engolir desejos
Numas escritas que nas bocas
Coloca-me como mais um desvairado.

Eles estão corretos?

Se lutar a todo minuto
Por uma sociedade mais justa
É existir em plena pluma de loucura
Então sou o mais desvairado de todos.

Se amar ao próximo, mesmo a distância
Ou amar mesmo sem ser amado
Sem tê-la em meus braços
Naquelas noites frias de cansaço
É viver em pedras puras de loucura.

Então julgue-me mais uma vez
Adentre a sala com seu senso
Aponte seu dedo para meu ser
Porém, saiba! Nada me faz mudar
Sou um humanista por opção.

Não adianta julgar-me
Enquanto no meu eu
Viver o castelo de palavras poéticas.


Vou ser um homem feliz.