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6/26/2013

O Diálogo de Classes.



Por Eric Costa e Silva.



Certa tarde em meio ao seu trabalho, o dono da construção chega com uma maleta na obra pela primeira vez com novas ferramentas para presentear o operário e pergunta:

Bom Burguês: Até quando vão afundar a nossa verdade, já que nenhum político e partido nos representam? Por onde anda a nossa felicidade?

O trabalhador em meio a sua sabedoria que se funda na simplicidade, responde:

Operário de camisa branco: Olha senhor! Minha felicidade não está apenas no trabalho de edificar a nossa cidade. Minha felicidade hoje eu posso alcançar, pois os que sempre nos representaram no passado, não fugiram das ruas e de nosso convívio. Meus representantes sempre optaram por um rumo certo e nunca nos deixaram na mão.

Com o rosto franzindo de tanta raiva, o dono da obra saca uma pilha de jornais da sua maleta e esbraveja:

Bom Burguês: - Veja meu bom operário! A Câmara dos Deputados Federais foi acuada por nossa voz. Eles mudaram sua opinião sob um Projeto de Emenda a nossa Constituição que eles mesmos proporão para roubarem mais verbas do povo.

O operário passa a mão na garrafa de água, mais uma vez coça a cabeça, limpa as mãos e logo após, segue alegre:

Operário de camisa branco: - Olha lá patrão! Ali vem subindo meu filho homem único, ele é aluno do curso de jornalismo por mérito e devido a um programa dos setores que olham por nós.

O dono da nova edificação espera os passos do jornalista em formação chegarem ao lugar onde ele está. No momento em que o jovem velho chega com a marmita o patrão logo pergunta:

Bom burguês: - Viu os jornais de hoje? Derrubamos mais um ato espúrio destes políticos que não mais nos representam. O caudilho e sua laia foram derrotados.

O jovem imbuído de um tino voltado ao diálogo contestador, responde:

Bom Selvagem: - Meu caro! Como pode saber a opinião de todos os deputados antes mesmo desse projeto ser votado. Mostra-me essa luneta esquelética que sobrepõe a sua verdade pela vontade de cada deputado. Foram todos eles que declaram seu voto a sua pessoa?

Com o rosto branco, agora totalmente rosa choque, com os sentidos de sua razão ecoa:
Bom burguês: - Fique vocês com os seus sonhos, até as novelas deixaram de ser veiculadas para fazer corro a divulgação de nossos gritos e não quero mais falar.

Sem ouvir as outras razões, um princípio básico da democracia e da criação de um consenso saiu com os sapatos negros bem engraxados.

Ao ver o fim do diálogo o jovem velho passou a falar auto:

Bom Selvagem:  - Não queira dizer que as consciências de todos os deputados são tomadas apenas pela vontade de uns. As estrelas que brilham em nossas fileiras dialogam conosco e nos escutam.  Somos plurais e não agredimos quem vai às ruas com suas cores, a violência por nós sofrida, também é uma violência contra o Estado Democrático de Direito.