Translate In Blogger

4/30/2015

JOVEM VELHA FELICIDADE



Por Eric Costa e Silva

Na vida todos temos algo incomum
A nos deixar de frente com a Kriptonita
A expor toda nossa nudez.

Nessa eternidade de espera
Minha fraqueza verde escarlate
Não é apenas viver sozinho.

Não quero ignorar a existência
De quem a muito tempo
Na minha alma carrego.

Não quero ignorar a existência
De quem a muito tempo
Sempre me lembra 
Da minha jovem velha felicidade

Há tempos que nesta estrada
Não deixo ninguém entrar na minha vida
Todas as vezes que deixei.

Todos os sonhos noturnos
Me levavam a você
E quando os olhos abriam
Sim, eu sempre fico alegre
Apenas por vê-la feliz.

Quando estou no meio da multidão
A consumir meu eu em tons iguais
Quase todos os momentos
Eu me pego a procurar seu rosto.
Nessa multidão de busca interior
Sua voz escuto até no som dos sinos.

Enquanto tu não vens
Vou vivendo a vida pela metade
Nos dias de sol escaldante
Apenas procuro a sombra
Nas lembranças de uma noite.

A felicidade de um amor
Está em todos os cantos
Em qualquer palavra
Que lembre o nome
De quem amamos.

Ame a vida
Ame seu amor
E como dizia a poesia.

Vá com ele ao mar
E chame o mar no feminino

Chame-o de A Mar.

4/29/2015

TEMP(L)O




Por Eric Costa e Silva

No horizonte distante de um novo dia
O século das luzes os foram há tempos
Apenas sobraram as sombras
Dos verbos de um ontem inanimado.

Luas e Sóis antes da ilustração
Ao pé da predição de Adão
Ergue-se um templo de ideias.

A palavra dita ao pé do ouvido
Dos filhos dos caminhos de ontem falaram
De todas as águas que inundariam sua época.

Ontem e hoje se põe na estrada
A poeira de suas épocas
Ainda vagam pela terra.

O tempo também é espaço
E sob eles erguem-se os dias humanos
Todos vividos em pleno fôlego.

As luzes dão lugar a escuridão
Enquanto nas noites os amores
Caminham sozinhos sob o canto do destino.

Nos pilares de hoje
O conta-gotas de nossos passos
Não mais necessitam de longas caminhadas.

As redes contam a distância dos corpos
Não são tão belas quanto no início
Elas trazem sonhos e velas passadas
Elas trazem rancores e brigas presentes.

É nessa rede quase virtual
Que teimo em buscar meu amor.

É nessa rede quase virtual
O Vivo na pele
Nela a vejo.

Como um pilar antigo
Como o período de luzes.

4/28/2015

NOVA MODERNIDADE



Por Eric Costa e Silva


Os poetas de uma era antiga
Nos dizem que os nossos olhos
São as portas da alma.

Os olhos podem ver tudo
Notar os entrelaces de tristeza
Semear tempos de alegrias
Além de saber julgar a dúvida
Posta em seu tempo.

Os poetas contemporâneos
Nos dizem que homens de visão
Também são acometidos de cegueira.

Os poetas da Nova Modernidade
Todos esses sentidos bailam
E no salão colocam a necessidade
Duma existência angular
Não apenas balizada no eu.

Os poetas da Nova Modernidade
Sabem que a vida vivida
Apenas de pétalas repletas de simbioses individuais.

Podem fazer do homem
Um ser não mais humano
Pode fazer do homem
Um sujeito mesquinho.

Um homem apenas do eu
Pode chegar ao ponto de ir na areia da praia
E dizer que seus olhos são maiores
Que todas as belezas da natureza.

Os homens individuais
Podem eles chegar nas esquinas e bares
E dizer que apenas eles sabem o que é bom para o Mundo.

Não seja o cego da individualidade
Viva a vida a saber ver com os olhos da alma.

Na sala da lareira do Mundo
Saiba que mesmo na fogueira das vaidades
Quem queima é a própria humanidade
E não apenas você.

4/27/2015

A CAIXA



Por Eric Costa e Silva

Debaixo de um manto
Vive a esperada esperança
Sempre a brindar a flor mágica
Das vidas em temperança.

Os amores que os foram na vida
Devem ser guardados em sua plenitude
E na caixa da lembrança
Deve ficar principalmente os momentos bons.

Os amores incuráveis de ontem e hoje
Também devem ficar na caixa
Sob a supervisão das vontades dos dias
Dos dias de luta que ainda vivemos.

O manto da minha caixa não tem cor
Nela guardo os meus segredos
Nela vivo todos os meus amores.

Na vida temos alguns problemas
O quê seria a vida se eles não existissem
Apenas seria a monotonia de dias iguais.

Um dia devemos deixar sair as lembranças
Na caixa colocar novos amores
Fazer brotar novos sentimentos.

Talvez minha caixa esteja precisando disso
De ter mais sentimentos especiais a preenchê-las
Ou quem sabe, novos rumos, novos ares.

Sejamos simples de coração
Para quem sabe cantar uma nova canção
Sejamos simples de coração
Porém, o que faço se tu és hoje minha inspiração?

Vamos poesia minha
Fazer minha caixa ser vista
A cada verso e cada estrofe
Apenas espero o dia de ser feliz.

Um dia devemos deixar sair as lembranças
Na caixa colocar novos amores
Fazer brotar novos sentimentos.

Hoje, coloco mais lembranças na minha caixa
E vejo surgir novas lembranças.

Nessa caixa cabe tudo
Os beijos dados
Os beijos sonhados.

Nessa caixa cabe tudo
A vontade de amar
A vontade de ser amado.

Esse é um pedacinho de minha caixa de memórias
Espero que não a perca nos percalços da vida
Pois, na minha caixa, cabe quase tudo.

4/26/2015

POESIA LIVRE




Por Eric Costa e Silva

Minhas poesias são livres
Pelo mundo das palavras caminham sonolentas
Quase nada elas não pretendem
Além do mar das nossas sensações.

Minhas poesias são livres
Pelo mundo das letras teimam elas
Em ser o homem que liberta
Os pássaros antes encarcerados nas gaiolas.

Não me faz bem viver com sapos
Nem mesmo com vísceras de frases cortadas
Ainda me faz bem viver com sonhos
Onde apenas eu sonhe.

Hoje acordo para o Mundo
Faço de minha liberdade poética simples
Um trampolim esmeralda antigo
Para além de causas e efeitos.

Hoje acordo para o mundo
Não quero mais ser o materialista chato
Ainda quero ser quem ama sem ser amado.

A poesia livre é liberta
Das nuances de contos materiais
Ela vive semanas no ponto de ônibus
A espera do olhar do poeta.

A poesia livre é simples acácia
A espera de alguém que na sua sombra
Queira fazer mais um verso
A espera de mais uma estrofe.

No relâmpago de uma livre poesia
Cabe quase tudo, até mesmo
O soldo de um poeta marginal
A encontrar na bela do passado
Um motivo para poetar.

Ser um poeta livre
Liberto de preconceitos
Gentil em meio a hordas de sentimentos inacabados.

É uma dádiva bem mais linda
Do que apenas esperar na praia
O tubarão de ontem vir ao seu encontro.

Vamos viver a poesia
Que não é poema
Viver e ser vivido por ela.

Vamos viver a poesia
Enquanto o lobo do fim da vida
Deixe-a apenas na memória.

4/25/2015

CAVERNA



Por Eric Costa e Silva

Nos dias onde tudo termina na solidão
Sob letras densas podemos divagar
E escolher por onde andaremos.

Ao decidirmos por conhecermos a nós mesmos
A viajem mais difícil adentramos
E sempre estamos a andar
Nos passos de nosso interior.

Ali estaremos na caverna mais profunda
Poderemos nos deparar com sonhos conquistados
Fogueiras de erros ardentes
E oceanos inteiros de sentimentos esquecidos.

Agora diariamente faço a minha viajem
Não as deixo mais na gaveta escura
Apenas transformo-as em poesia
A por-se em seus olhos
Em um espaço virtual.

Com o rio de algumas vontades
Gostaria de ser mais direto
Por elas todos os dias sou pego
E os mares da minha sensatez
Sempre me fazem dizer não a eu mesmo.

Viaje para a sua caverna
Desça o mais fundo em si
Verás que a mudança que desejada
Passa pelas tênues linhas de conhecer-te.

Na minha caverna existe um amor desejado
Na minha caverna existe o sonho de lecionar
Na minha caverna existe a vontade de mudar.

O amor deixo para que ela decida
As aulas deixo para minha pequena sabedoria
A vontade de mudar, basta só começar.

E a sua caverna leitor (a)
Quais rios e mares guardam
Viaje a ela e saiba
É muito bom nos conhecermos.

4/24/2015

FONTE



Por Eric Costa e Silva

Ao parar no pensar
Nas fontes doces ou amargas
De toda a minha vida.

Preso em uma teia percebo-me
Sob o manto dum pássaro
Que aprendi a cantar.

Aguá e sede é meu sentir
Todo meu ciclo se faz fonte
De nada mais se faz meu querer.

Sempre a espera de um chamado
Estou preso na gaiola
Junto dos colibris de plumagem azulada.

Eu e eles temos algo em comum
Não cantamos o amor presente
Apenas deixamos outros cantarem.

É duro encontrar bites
O sentir no peito
Enquanto as palavras
O seu cheiro teimam em buscar.

Hoje é dia de lembrança
A cidade que cresce dentro de mim
Comemora a sua felicidade.

Não esqueça dos abraços nos amigos
Que um dia pelos meus passos tortos
Fizeram de meus sofrimentos de ontem
Motivos de plena admiração.

Quero minha doce fonte de água vivida
Nasça sempre no cálice
Das mais belas palavras.

Mesmo elas limitadas pelo tempo
Molhe o doce espaço além dos olhos
Ainda que nesta noite de alegrias
Apenas algo secundário seja eu.

Dia de felicidade entre muitas fontes
A beber dos relógios da juventude
Sejamos sempre a chuva
A trazer a mágica água para a fonte.

Do passado simplesmente me resta
Todo o pudor do passado
E o amor de modos diferenciais
Que um dia se encontraram.

4/23/2015

Viva o Livro



 Por Eric Costa e Silva

Hoje no Mundo vamos comemorar
Todos os nossos amigos
Os meus, os seus e os nossos
Que estão ali parados na estante.

Hoje vamos comemorar
Todos os nossos amigos
Que estão ali parados na estante
Todos eles são rosas e flores
A brindar novos horizontes.

Na sala de estudos de qualquer dia
Nas bibliotecas de todas as cidades
Nas redes virtuais da novidade.

Vamos comemorar cada linha
A nos dar esperança de um novo alento
A nos colocar de frente com a realidade
A nos colocar de frente com o escárnio.

Hoje é dia Mundial do livro
Via-de-regra também é do leitor.

Sem ele a colocar seus olhos
O livro seria uma pedra sem caminho
Uma alma de quem escreve
Sem o encontro das outras almas que leem.

Vamos comemorar cada poesia
Vamos comemorar cada romance
Cada livro reportagem.

Cada ponto de uma dissertação
Cada caule de ciência
A se fazer na vida de cada um.

Também quero agora
Comemorar minhas poesias
Que quem sabe um dia
Também estarão nas suas estantes.

Vamos falar de amor
Brindar os copos de ódio
Secar lágrimas de partida
Ali, presentes nos livros.

Vamos comemorar as inspirações
Queremos agora nobre leitor (a)
Busque algo para ler
E veja a alma de quem o escreveu.

4/22/2015

Brasil são Outros 500: Lembranças da 1° Reunião


Por Eric Costa e Silva

Antes mesmo dos relógios globais. Datava no relógio temporal o ano de 1998. Um dia antes, uma grande manifestação de 100 mil pessoas tivera tomado o território de brasília, todos com um só intuito, o de colocar em xeque, a politica econômico-social do Presidente Fernando Henrique Cardoso.
Naquela manhã ecoava por todos os arredores da capital as palavras de Aloysio Nunes Ferreira, “o número ficou abaixo do esperado, Isso demonstra que, além de estar sem rumo, a oposição está sem eco na sociedade”, disse.
Talvez ele não soubesse, mas naquela manhã já se esperavam algumas lideranças de movimentos sociais e de partidos políticos do campo de esquerda na CNBB. O aedo poeta, conhecido por se apresentar pelo nome de aves de rapina caminha com o hoje e sempre promessa, professor Dr. Júlio Cesar Ribeiro.
Um passo a frente e prontos para fazer a reviravolta, os dois vão até a sede da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) até onde os mesmos os levariam a debater na primeira reunião do Movimento Brasil: Outros 500, as formas denotadas na História da Ilha Brasil.
Até nos grandes eixos a capital se mostra bela, um sentido de temperança ainda toma conta dos motoristas, basta dar com o braço erguido, pronto o trânsito que fluía para e o pedestre pode seguir seu rumo. Também era tão belo a manhã, o céu de um azul-turquesa, com pequenas nuvens brancas a cintilar no fundo.
Ao chegar a sala de reuniões ambos se sentam nas primeiras filas, os debates são iniciados por volta das nove da manhã e o movimento começa a tomar forma.
Primeiro como de costume foram feitas as apresentações, um a um, os movimentos sociais, um a um os partidos. E a cada fala se apercebe-se a necessidade urgente de fazer valer a história de muitos povos dizimados, de muitas etnias escravizadas, de muitos pobres esquecidos como estatísticas de fim de festa.
Todos com ponderações perfeitas sob a história ainda não contada nos livros do ensino regular, porém, nem tudo em um local onde fluem pensamentos são pontos cordiais, desta maneira, se sente as falas mais duras.
Uma representante do Movimento Negro inicia o tom, quero saber dos Partidos Políticos aqui presentes, vocês vão ajudar de forma efetiva e financeira o movimento Brasil: Outros 500? O silêncio se fazia valer entre os membros de agremiações, assim o jovem poeta, toma a palavra e sem nenhuma intenção de retalhar apenas apresenta. Você como representante do Movimento Negro deve saber a dificuldade de Partidos sem nenhum mandato conseguir bancar alguma coisa, deve saber, alguns sobrevivem de cotização dos seus membros e da venda do jornal. Então creio…
É leitor, como disse, nem todas as ponderações em comum garantem nem mesmo a continuação de uma fala e muitos começam a reclamar da falta de compromisso financeiro dos partidos ali presentes, a tônica resulta em gritos de é sempre assim, vocês nunca tem dinheiro para as prioridades das massas, mas sempre aparecem!
Ali estavam presentes Partido dos Trabalhadores, Partido Comunista do Brasil, Partido Comunista Brasileiro e Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado, também em alguns textos da época, localizados no segmento da História, no singelo título de “e outros”.
O hoje Dr Júlio com seu pouco sorriso habitual, meio insatisfeito com o tom de voz da mulher salienta, as nossas bandeiras e nossos agentes de modificação social nunca faltam a atos como este. Vendo o amigo passar de observador pesquisador, o poeta pede silêncio e quando o mesmo mais uma vez faz corro, toma a palavra e sugere que seja marcada outra reunião para tratar deste fato e que por enquanto que se vote o indicativo da doação dos partidos de acordo com decisão de suas Executivas Nacionais.

O tema então é colocado em votação e a maioria vota pelo indicativo, o que leva muitos da pequena bancada a ficarem perplexos com o restante dos membros da reunião. Já aqueles desejosos de uma decisão logo na primeira reunião do Movimento Brasil: Outros 500, ainda as burburinhos resmungam entre si, uma não decisão é um ato de falta de compromisso dos partidos presentes com a luta e a opressão de séculos.

4/21/2015

Latinidade



Por Eric Costa e Silva

Não existem maneiras de falar de latinidade
Sem querer lembrar de algo
Além do sangue que nos une.

Brindar as latinidades nos faz ver um alento
Brindar a latinidade é perceber laços
Que os dias de ontem desfizeram.

Laços que os dias de hoje
Fazem-se presentes nas ruas das cidades latinas.

Quando jovem meus sentidos
Se forjaram no bem-querer pela latinidade
Nesta terra de praias e desertos
Florestas e mangue
Não a meios de latinidade
Sem lembrar de Galeano
Que nos deixou esse ano.

As veias continuam a jorrar
A consciência bate asas
Na praça da liberdade
Os passos caminham vorazes
Nos diferentes aspectos de dias e noites.

A Latinidade me fazia acordar
Sonhar com uma América Latina mais igual
Latino, já não posso dizer que és meu sangue
Sou mais por uma América Unida
Em todas as suas formas divinais.

Mulheres, homens e crianças
Sempre devem perceber
Que ser latino é um ato de cultura
Além de ser um ato de fé.

Sejamos sempre Latinos de coração
Americanos de alma
E honrosos homens de amor.

Tal qual a latinidade
Ainda amo alguém de minha juventude
Há vejo pelos tempos.

Tal qual a latinidade
Ainda amo alguém de minha juventude
Não há como esquecer tempos tão bons
Não há como não querer que tempos de ontem
Façam-se presentes nos dias de hoje.

4/20/2015

O Caramujo


Por Eric Costa e Silva

Nesta tarde estava vidrado
Com meu espelho empunhado
A fazer o remo da memória
De todos os meus dias.

Não mais que de repente
Um caramujo jovem velho
Pela área de minha casa caminha
Com todo seu passo vagaroso chegou.

No seu rastro meio meloso
Já se vão as suas histórias
Umas mais lindas que as outras
Umas mais cheias de despedidas tristes.

Quem apreende viver do cotidiano
Sabe! Tudo nele tem importância.

Sejam os sapos, pedras e peixes dos rios
Sejam o mato alto do caminho
Os pássaros multicoloridos
Ou mesmo essa pobre lesma.

Nessa tarde ela me chamou para conversar
Ficou espantada com minha forma
De o olhar vidrado os espelhos.

Tanto eu como o caramujo
Estava ali, buscando paradigmas
Há tempos e horas.

Busca diária minha parada
Busca diária dele em movimento
Tudo para rever em breves palavras.

Todas as nossas felicidades
Todas as nossas tristezas
Todas as maneiras de fazer do eu
Uma persona compreendida pelo nosso tempo.

Entre um passo lento e outro
Com sua sábia conversa
O caramujo me deu a deixa.

Tu és o rastro que deixa na memória das pessoas
Se elas a buscam para agradecer
Um dia foi importante.

Se não o buscam talvez pelo fato
De não terem o percebido
E se ao menos a memória vir a tona
Saiba que dentro dele está o presente
Que se faz em pensamentos futuros.

E o sol do amanhecer
Nada mais é que o alvorecer
Dum querer antigo.

Nessa busca pude constatar
Seja para caramujos homens
Ou caramujos viajantes.

O sol do amanhecer
Nada mais é que o alvorecer

Dum querer antigo.

4/19/2015

Totem do Sul



Por Eric Costa e Silva

Cada estrada dessa vida escarlate
Não pode ser vivenciada
Sem a plenitude de um objetivo.

Com a escada das palavras
Busco-a nos céus rubros
Do meu tempo de minha latino América.

Na aurora deste novo tempo
Um totem se ergue-se
Sob o manto da vontade.

Nas suas mãos as palavras
No seu horizonte infinito
Cada estrela no firmamento
Põe-se para trazer o sol
Cheio de beleza e encantos.

O totem está vivo
As palavras estão vivas
Enquanto os homens
Vivem a buscar objetivos.

Cada um deles traçados no papel
Onde se veem a separação das vaidades
Onde se veem a mostra
Sentimentos senhores não vividos

A cada palavra que se esvai em letra
Põe-se a vontade dos passados
Tão vividos pássaros
A voar pelas manhosas manhãs.

Não quero apenas nessa estrada
Ser o totem do ontem
Nem mesmo o totem sem objetivos.

Quero viver o que desejo
Trilhar meus caminhos sob ventos eufóricos
Sem precisar mentir para minhas folhas em branco.

O minarete está nas mãos
A erguer-se um dia na casa
De todas as palavras
De todos os objetivos.

Vamos viver o ontem
Para quem sabe criar o hoje
E nas metas dos futuros
Sermos além de palavras.

E nas metas dos futuros
Sermos objetivos cumpridos

Além de meros objetos na estante
Duma orla que não mais
Se  quer visitar.