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4/02/2015

Apenas Outro Poema


Por Eric Costa e Silva

Escrever outro poema
Nada além de escrever os sentidos
Para quem sabe sentir mais uma vez
Os brados e gritos da rua.

A noite se fazia em choro
A sombra pairava sob a pena da noviça
Enquanto cantos entoavam da sala.

Lá fora a neve mais uma vez
O canto dos pássaros castigava
Assim como as árvores
Ainda demostravam o vigor
Duma outra estação.

Enquanto cá na memória
Toda força despendida em pranto
Fumegavam do pulmão negro
A mais um dia a buscar ar.

No quarto de hóspedes que nunca vieram
O norte da vela mítica da temperança
Nos dá mais que um sentido nesta estrada.

Cada grama do passado
Sorri em blasfêmia na boca
De todos aqueles um dia perfilado
Na mesma árvore dos amigos que se foram
Ou quem sabe, nunca os foram.

A vela se leva em gosto
Ela nos eleva aos templos de um só momento
Onde o corpo e alma de cada um
Com o vapor do gentil abraço quente
Não mais vive em uma terra calcinada.

Então venha meu doce de vitória
Seja você a flor de lótus
A brindar o copo do suco mais puro.

Então venha minha musa
Ande pelo quarto do tempo
Viaje no passado comigo
Seja o meu presente.