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12/23/2015

PONDERE-SE


Por Eric Costa e Silva

Um pássaro solitário acabara de ler
Na cabeceira de sua árvore hotel
As histórias de outro pássaro.

Ele nem tão famoso quão Fernão Capelo
Estava ali, chocado
Com a situação das horas e horas
A pairar sobre uma cidade cinzenta.

Não devido a poluição de outras tantas cidades
Que ele um dia passou seus verões
Uma cidade cinza, de céu cinza
Pois para um pássaro
Tudo que se vê primeiro é o céu.

De repente, avistou um beija-flor numa árvore e perguntou
Aqui é sempre assim? Tenho que comprar um guarda-chuva?

O beija-flor de pronto balbuciou
Tão difícil como a sua nota respondeu de pronto
Tudo que um pássaro deve saber por aqui
É ver a beleza das coisas
E na espera de outros dias sempre ponderar
A cidade é famosa pela esperança.

12/02/2015

2 de Dezembro



Por Eric Costa e Silva

Dia de festa em todos os cantos
Dia de saber ler os sorrisos
De ver minh'alma feliz.

Caminha ela para além da Praça
Voa ela para além das ruas
A espera de um dia
Estar na sua memória.

Vamos comemorar mais uma rosa
A ser posta nos passos de todos
Que ao seu lado faz e fez história.

Parabéns!

10/05/2015

SILÊNCIO e PARTIDA


Por Eric Costa e Silva

Nos idos de minha infância 
Todos os dias sonhava em chegar sozinho 
A pequena Praça da Cussy. 

Quando jovem costumava passar por lá 
Sem ter que estar de mãos dadas 
Com alguém mais velho. 

Na mochila sempre o caderninho de anotações 
Do corpo aos pés vestia o negro da contestação 
Ali! Todas as vezes sentava com a solidão. 

Na noite de minha maturidade 
Um pouco grisalho, com cabelos sem cortar 
Meu primeiro beijo, nessa praça poderia ter dado 
Como disse o poeta! Fui sincero como não se pode ser. 

E a noite de setembro ficou triste para ambos 
E a noite poderia ter sido linda 
E nas nuvens de minha ação. 

A carta da razão me deixou sozinho 
A noite terminou de cabeça baixa 
Sem abraço de partida. 

Na manhã chuvosa de outro dia 
Numa praça de olhos esperançosos 
Senti profundo o silêncio da partida 
Sem outro abraço de despedida. 

Agora caliento no coração 
Outros laços sem erros 
Donde as palavras não nos afaste 
Nos jogando num mundo de cabeças baixas. 

Nesta tarde posso sentir o silêncio da partida 
Sem outro abraço de despedida.

9/25/2015

AGENTE! AGRADECE



Por Eric Costa e Silva

Na sala dos seus olhos, ali, abraçados ao meu
Sempre procurei a beleza intermitente
De querer estar ao seu lado.

Para comemorar a prevalência dos acertos
Ditos ao pé do ouvido
De duas estrelas vermelhas.

Ainda viajo na possibilidade vivente
De sentir seus lábios nos meus.

Em todas as latitudes, espaços e laços
Não quero mais esquecer seu abraço
Será que ele está apenas presente na minha vontade?

Quase sempre me acostumei a viver o esquecimento
Até agora! Nos dias quentes, chuvosos ou frios
Tu és o sonho que carrego por muitos dias.

Gostaria de ver seus olhos brilharem
Na sua alma quero guardar
Todo potencial de meu desejo vou semear.

E nossos abraços também vos dizem
Agente! Agradece.


8/20/2015

DOIS PERFIS E UM SONHO


Por Eric Costa e Silva

O eclipse que assombrou por dias
Todas as vias e infovias de um bairro periférico
Ainda pirilampam na memória de alguns.

Nos ouvidos de outros
As cousas eternamente sentidas
Nas lembranças da solidão jorram
O som da harpia a tocar a entrada de Sadman.

Na prancheta de uma ficha
Solapava a inércia da não admissão
A cortar todos os rastros digitais
Em apenas três ou quatro lares.

Hoje o sorriso marcante
As rotas de todos os dias rondou
Na praça de uma infância.

Numa selva fantástica
Do perfil de meu querer mágico
Com toda certeza dos meus dias.

Se pudesse brincava de ver você
Sorrindo todo dia ao meu lado.

O eclipse de um perfil do poeta cabisbaixo
Com toda força dos meus pulmões fracos
Quem sabe sonha com a união de duas vidas.

Quem sabe a união do perfil da selva fantástica
Ao eclipse de gente humilde
A elencar a elipsoidal de nosso destino.

8/09/2015

LEMBRANÇA DE MENINA



Por Eric Costa e Silva
 Talita do Alfabeto Galindo

No quintal da menina
Tinha uma mão
um mamão e 
um passarinho.

A mão guarda sua linha do tempo
Um mamão, ali, bem em cima do pé
De repente o passarinho voo do mamão
Pela primeira vez pousou na mão.

Era alto, muito alto, mas ninguém caiu no chão
E cada um deles estão cá no meu coração
Sempre a fazer meus olhos brilharem.

Ver no início da manhã
O canto do pássaro
Pousado alegre na mão
Sempre eleva-me em liberdade.

Nas lembranças da menina
Tinha uma mão
um mamão e
um passarinho.

8/07/2015

PAIS


Por Eric Costa e Silva

Em todos os instantes da vida
Quem não tem o Pai
Na figura do divino pode encontrá-lo
O encontra também nas lembranças.

O Pai é um dos pilares dos momentos da vida
Na verdade simples dos fatos
Este é aquele quem cria
Aquele quem segue nossos passos.

Nas quadras da vivência dos dias
Eles muitas vezes fazem o impossível
Até choram sozinhos no quarto
Quando o seu tudo, não parece ser completo.

Um pai sempre nos presenteia
Pode-o ser um herói
Sem mesmo usar da força
Pode-o conseguir respeito
Sem incrustar no filho o medo.

Um pai sempre nos presenteia
Seja com aquele abraço firme
Com seus olhares que já dizem tudo
Tendo na face o afeto ou a bronca.


Os pais presentes
Os pais que se foram
Sem dinheiro
Rico, velho ou novo!

O Pai é feito para nos amar
E por todos ser amado.

8/02/2015

NOITES DE FESTA


Foto: Yago Monteiro


Por Eric Costa e Silva

Para conter os dias escrevo
Ali, na estante de minha memória
Estrelas um tanto solitárias conto.

Serão elas, uma lembrança apenas minha?

Não sei, com certa esperança
Eu esperei o seu contato
Mais uma vez, no vale dos tempos
Contei as horas para vê-la surgir na minha tela.

Na noite que se fez quente e fria
Ao deparar com seus olhos
Os meus inundaram em carinho.

Nas veias corre meu sangue fervente
Nelas ainda brindo o copo das noites de festa
Duma nova possibilidade a preencher
Todas as possibilidades de minha vida.

Nas veias corre meu sangue fervente
Sob o memorial da lua brincante
Do quem sabe andar de mãos dadas
Pelos quatro cantos de Veneza.

7/25/2015

TURMA DE 1997: O NAVEGADOR


Por Eric Costa e Silva

Na sala original dos Renegados
A noite inteira passei em claro
A espera do primeiro grande trabalho de campo.

Na metade da manhã
Lá estava o elefante branco da Unesp
A espera de duas pessoas.

Para variar um pouco
Eu, quase um poeta
Era uma delas.

Ao chegar, os olhares intensos queimam
Toda a carne do quase poeta de ontem
O elefante anda bem lento.

Antes de sair a cabeça para fora coloco.
A caminhar lá está o professor de climatologia
De repente um pequeno feixe de luz
Nossos olhos percorrem toda a sua extensão.

É um evento, pare o ônibus grito
O motorista não obedece o pedido
Com a corrida do professor
O Elefante para mais uma vez.

É um evento, falo em tom grave
O motorista deve seguir
As minhas orientações.

Palavras prontamente aceitas
A marba inteira posta no fundo
Um pedido ou outro durante a viajem.

Lá estava o funil negro
A formar meu primeiro evento
Que a lembrança ainda guarda

7/22/2015

VAI e VEM: LEMBRANÇAS da GRADUAÇÃO


Por Eric Costa e Silva

Hoje é dia de lembranças das noites
Não daquelas de aulas cabuladas no bar patas
Nem das fotos com a famosa plaquinha.

É dia de lembrar aquele vem e vai
Nos bancos dentro da T.U.A
Eles me levaram quatro anos para o Unitoledo.

Nele pude escutar várias Histórias
Umas alegres, outras lamentos
Ali, vários celulares em tons
Dos mais variados estilos.

Fico nesta pedra a lapidar
Não com as conversas ou olhares
Vou poemar sobre as de vida
Quem sabe de morte, não sei até hoje.

Lá estava uma velha senhora
Com uma sacola que continha as compras
Lembro que ela toca a campainha.

O coletivo! De várias quebradas, Hilda Mandarino
Para no ponto de um ponto de encontro da zona leste.

De repente, meu ouvido ainda aguçado
Me faz perceber o barulho das compras caindo
Depois um barulho de um corpo que cai
Hum! É isso que escutei.

Corro para a campainha e a toco desesperadamente
O motorista olha pelo retrovisor
Eu já estou com a cabeça para fora a procurar algo
Vejo a cara do habilitado com um semblante de raiva.

O mesmo de olho no retrovisor
Faz menção de gritar e começa a acelerar
Quando o acelerador segue alguns metros ou centímetros
Sei lá, não tô com a trena.

Grito, caramba, a senhora tá embaixo do coletivo
O motorista para com mais um ai!
Logo pedi para o bicho de fisioterapia descer e atender
Lembro-me da pergunta
Tem medo de sangue, se não desce
Preste os primeiros socorros.

Lá no fundo uma moto vem na velocidade da via.
Quando a mesma para um amigo de infância
Todos falando que a senhora deite no chão
Uns pedem para chamar a polícia.

O motorista diz que pode chamar a Unimed
Santo seguro da empresa T.U.A
Ela não aceitou pelo medo de ir sozinha para o hospital.

Eu lembrei dessa história
Que poucos alunos podem ter no currículo
Não cabe no lattes.

Demorei para escrever
Não sei o que rolou com ela
A senhora foi na moto do meu amigo de infância
Se tá viva ou não.

Essa é a questão desse transporte coletivo da T.U.A
Que vai e vem pega alguém.