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10/05/2015

SILÊNCIO e PARTIDA


Por Eric Costa e Silva

Nos idos de minha infância 
Todos os dias sonhava em chegar sozinho 
A pequena Praça da Cussy. 

Quando jovem costumava passar por lá 
Sem ter que estar de mãos dadas 
Com alguém mais velho. 

Na mochila sempre o caderninho de anotações 
Do corpo aos pés vestia o negro da contestação 
Ali! Todas as vezes sentava com a solidão. 

Na noite de minha maturidade 
Um pouco grisalho, com cabelos sem cortar 
Meu primeiro beijo, nessa praça poderia ter dado 
Como disse o poeta! Fui sincero como não se pode ser. 

E a noite de setembro ficou triste para ambos 
E a noite poderia ter sido linda 
E nas nuvens de minha ação. 

A carta da razão me deixou sozinho 
A noite terminou de cabeça baixa 
Sem abraço de partida. 

Na manhã chuvosa de outro dia 
Numa praça de olhos esperançosos 
Senti profundo o silêncio da partida 
Sem outro abraço de despedida. 

Agora caliento no coração 
Outros laços sem erros 
Donde as palavras não nos afaste 
Nos jogando num mundo de cabeças baixas. 

Nesta tarde posso sentir o silêncio da partida 
Sem outro abraço de despedida.