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2/28/2015

AMOR ASTRAL


Por Eric Costa e Silva

O amor é o paralelo a nos unir
Amar uns aos outros
Amar seu jeito
Sem desejar na vida a maldade.

Amar a palavra
Que pode até ser flexível
Ou mesmo pelos dias e noites
Amar sem ser amado.

De tudo um pouco devemos amar
Amar os ensinamentos dos Santos
Amar nossa profissão
Amar nosso irmão.

Amar todas as nossas vontades
Donde elas um dia nos levarão as ruas
Dum mundo sem fronteiras.

Neste sem fim de amor
As imagens se fundem nas faces
Das diversidades de vidas
Transformam-se em laços
Todos postos em traços
Da face de quem amamos.

Não tenho mais dúvida
Da dor de quem vive sem amor
Há o tempo imutável
De juntarmos os galhos
Das árvores secas do sertão.

A dor que nos faz hoje
Resplandece a distância
E nos astros a badalar a lua
Não mais sentiremos vontade de chorar.

Neste dia inato
Não sentirá no rosto
O beijo da partida.

Mais sim a vontade eterna
De amar para as letras
De amar o verbo
De amar a carne.


2/27/2015

Gripe Suína Atinge a Memória




Por Eric Costa e Silva

Como um vampiro brasileiro, minhas Histórias de vida, quase todas são dadas e simbolizadas pelo império das noites, muitas delas vem da vivência nos bancos de instruções escolares e dos extras aulas, essa é mais uma delas, com componente de misto de agrado pela experiência e pela distrofia do abandono de mais um sonho.
O ano datava seu primeiro semestre de 2009, quando o poeta nascente aproveita a sala vazia do curso de enfermagem da Universidade Paulista de Araçatuba para traçar duas letras e dois números no quadro-negro, o mesmo esperava ávido os preenchimentos de saber da prezada professora da disciplina de Educação em Saúde, a querida Márcia Frandsen Pereira, com nenhuma preocupação de ser compreendido e com a vontade apenas de demostrar um certo passo a frente na História, o mesmo rabisca em letras garrafais, H1N1.
A grande profissional adentra a sala e seu olhar denota o questionamento. Quem haveria escrito aquela, até então não significada fórmula? Mesmo com toda a sua postura de arguidora, a sala, sem mesmo saber o dono do rabisco fez se em silêncio.
Na mesma semana, a gripe influenza A (H1N1), ou popularmente conhecida como gripe suína passa a tomar os primeiros noticiários do Planetário de Gaia. A Santa Casa de Misericórdia de Araçatuba já recebia os primeiros casos suspeitos, ali acamados, alguns de nossos cidadãos esperavam o diagnóstico e os primeiros protocolos de tratamento, ainda não qualificados na prática.
Mesmo sabendo da propensa fama de homem de poucos amigos, o poeta, antes do início da aula de Políticas de Saúde procura seu preletor, outro insuspeito e bem-sucedido professor Luis Roberto Lourena para ter uma conversa, na qual pode parecer, aos olhos dos demais como um delírio em forma bem escrita e conexa.
Sem delongas, pois a aula já se iniciaria logo após alguns minutos e com a notória procura diária pela atenção do nobre professor, o poeta com um semblante eufórico, o jovem aprendiz pede autorização para conversar com o grande Luis.
Depois da aceitativa da conversa, o poeta a ele sugere o assunto a ser abordado, uma certa afronta, pois tratava-se da quebra de acordo quanto ao trato de questões relativas a disciplina de Epidemiologia – vale a lembrança, nessa o 10 foi garantido. Lourena, vejo que os procedimentos de protocolo de atendimento a gripe suína, influenza A (H1N1) passam por uma fase de descoberta.
O olhar do mestre agora é de intensa curiosidade, na sua face cresce a indagação, seria mais um a querer conseguir atenção e amizade por meio de uma conversa inusitada e desproporcional? Porém, o jovem – hoje sabemos, não enfermeiro, passa a com sua voz rouca a balbuciar as primeiras constatações.
Nobre, minha intuição histórica e de vida, de um homem, um dia colocado ao pé do sofá da sala em estado quase total vegetativo demonstram, uma das melhores formas de tratamento até o momento, pois ainda não temos uma vacina específica para a gripe suína (H1N1), com intuito de diminuir os sintomas do agravo de saúde, passa pela ministração indicativa do uso de oseltamivir (Tamiflu®). E o mestre enfermeiro toma a disposição de analisar a medida, sua decisão é bem maior que a dica, pois a palavra de um profissional com o seu gabarito torna-se aliada do bem maior daqueles a necessitar da medida.


O anjo torto das descobertas mais uma vez sorri, e como medida efetiva fica a lembrança de que a gripe suína hoje atinge a memória, mas não dos pacientes e sim de um velho jovem, do qual agora se vê com uma boa História para contar aos leitores desse pouco influente blog. 

2/26/2015

Um Dia na Sala dos Espirituosos: Bem Aventurado Francisco


Por Eric Costa e Silva

Nos arredores do Jardim Suspenso de Sumaré, onde se reúnem alguns seres espirituais de grande fé, o céu trazia as estrelas e a lua se escondia mais uma vez dos olhos dos simples 595 mortais. Nesta noite, ao som das luzes do conhecimento se apresentariam os ensinamentos do contador de fábulas de literatura fantástica.
Entre fênix, gralhas, gaivotas, porcos e gansos. O ruído como de costume se tornava uma afronta para os ouvidos de qualquer um que deseja-se de forma lenta, pregar os olhos no texto não lido da semana, ou mesmo, quem sabe, do desejo daqueles que necessitassem apenas alguns minutos de silêncio, depois de horas de labor a frio nas fileiras da exploração bem-vinda.
Nem um desejo, nem outro se podia escutar ao fim do túnel. Quando o contador de fábulas, um tanto tocado pelos sentidos ateus, agora um pouco abalado pela sombra incauta a tomar toda a base de seus olhos em forma de um grande prédio a se fazer em sombras, apontou pela porta de entrada.
Naquele momento, as jovens aderiam a moda dos desejos carnais de especulação dos seus objetos mais profanos, tais quais as mitres dos sonhos encantados a desejarem ser um dia Afrodite, enquanto alguns pardos, brancos e sem coloração definida sonham um dia alcançar sua vitória por meio do conhecimento adquirido em noites de galos e quintais. Porém, as estrelas estão nos céus para todos e o contador de fábulas, carregava sua régua retangular mágica que disseminava novas ondas de saber.
Hoje apenas o poeta traz na memória que no encanto daquela noite, também saracoteava a vaga e fluida lembrança da fumaça branca, na qual ainda não tomava os arredores da sede da Igreja Central. Assim como o homem no passado a escrever versos na areia, ao avistar o contador de fábulas pisar dois passos além do batente, de bate pronto, tal qual uma bola que pinga pronta para o caneleiro fazer o gol, um rugido toma conta da voz do jovem poeta.
Que tal um gavião branco argentino que seja mais visto como salvador dos ares planetários e um servo amante dos animais. Um Francisco para hoje ser o grande novo Santo Padre da revolução dos bichos humanos? E a aula transcorreu com os poucos que escutaram com um semblante de quem precipita mais um delírio sob o monte da vida do poeta.
Contudo, a madeira se tornou de lei, a pedra da palavra se fez fundamental e a força do destino, nos faz crer, algo mudou na cidade dos espirituosos.

2/25/2015

EQUINÓCIO de ROCHA



Por Eric Costa e Silva

No ventre dourado das palavras
No alvo oceano verde
Os homens e mulheres do passado
Ali ergueram um monumento
Tudo para marca com a beleza do tempo
As mil e uma formas de amar.

Sem a futura crise indigesta
Dos valores dos não nativos
Eles saboreavam as delicias da mata
E a cada instante em suas pontas
São ditados ensinamentos atemporais.

Ao redor das pedras
Pelas noites dançavam
Junto a companhia das túnicas divinas de Tupã
Ele saudava em gritos de alerta
As presenças dos espíritos dos antepassados.

Hoje! Do equinócio distante
Apenas um pilar resiste
Os ventos nas pedras
Sozinhos uivam em notas
E a noite se faz alegre
Donde no plano etéreo
O punhal de caça 
Que um dia os levaram
Agora está posto no chão gélido.

O pilar de pedra não tão solitário
Não mais vê a materialização dos nativos
Mais aguarda sedento
Junto com os animais da floresta
O alívio da nova chegada

Que vai por fim a aculturação.

2/23/2015

QUIMERA


Por Eric Costa e Silva

Vou lembrar das rosas
Dos meus sonhos perdidos
E com os segredos das nuvens namorar.

Ainda voo em tuas asas
Em tuas garras me protejo
E com você estou sempre findado
A caçar um planeta seguro
De paz plena habitável.

Quem sou neste vasto céu?

Apenas penso em poesia
Apenas suplico pela essência
E nos seus braços distantes
Torno-me um ser cativante.

Várias estações nós passamos juntos
Delas retiramos os códigos dos ventos
E o nome da amada me aparece
A cada virada do calendário.

Tudo na lembrança do não ocorrido
 Me traz as lágrimas
Antes mesmo das delas
 Pela sua face  rolarem
Sempre em mim
São quiistas em falas discretas exaltadas.

Neste sertão que quero estar
Ao meu lado surge a insigne do fado
Uma foz marema repleta de volúpia
Salta do bico da quimera
E do lado, uma bólide me ataca!
Sou jogado mais uma vez na realidade
Ela dói nas vísceras
Se territorializa, nua, crua, virtuosa!
E é banhada pelo acre do meu tempo.

2/22/2015

FRAGATA



Por Eric Costa e Silva

Nesta noite prateada
Lá vem minha vã fragata
Com a voracidade dos tempos
Sua marcha devora as nuvens.

Eu menino! Vou lentamente com seu norte
Sempre intenso de lembrança
De rosas dum bem-querer por você
Oh! Minha amada de ontem e hoje.

Cada leme em proa forte ecoa
Homens solícitos fazem da parte
A parte conjunta em enlaces.

Meio fraterna clerical
Duma verdadeira deusa
A dar força ao barco.

A imagem dela que na terra reza
Faz-me ver que a cada légua passada
Quero o calor dos teus abraços
Quero o suave toque dos seus lábios
Quero o sabor da luz dos seus sorrisos
Quero o porto seguro do seu colo.

Na vela e nas faces singelas
O vento bate sua conversa afinada
Ele me leva as curvas da imensidão
Ela encanta essa minha incursão
Que embala nas estrelas
As novas minas das descobertas.

Depois de divagar solene
Nos teus traços perenes
Sinto-me fortalecido.

A solidão de antes foi preenchida
Pois até no vazio
A poesia teima matreira
Em deixar seus traços colores

A brotar pela imensidão dos mares.

2/21/2015

POETA em AFLIÇÃO



Por Eric Costa e Silva

             Aos sons das modas apaixonadas dos encantos. O poeta canta os fados de sua vida guerreira de alma clerical, fervoroso ele caminha rumo a tão esperada fonte paladina da eterna força, essa brota dos meandros das antiguidades, seus relatos de curas de corpos e espíritos são passados de gerações a gerações, tal qual a magia das mais belas linhas dum livro repleto de segredos.
            A ansiedade de chegar faz o poeta tomar uma dose diária de algumas pílulas, elas fomentam dentro de seu corpo e em alguns instantes impedem ele de distinguir as belezas mínimas apresentadas no firmamento meio cor de esperança exposto na paisagem aparente deste frondoso dia de sábado.
            Longos passos após passos, seus pés em estados latentes, a ponto de formar grandes e dolorosas bolhas tomam forma dos espaços das suas visões que não mais fundamentam os estandartes das vontades passadas de poder ele comunicar aos pássaros os longos dias da chegada do terceiro milênio.
            Os caminhos da sua vida os fazem perceber uma linda aurora mística e mítica a cobrir as vontades das contadas nuvens, e o seu nariz aponta para a marca valorosa da arquitetura das belas casas, nelas saltam aos olhos os magníficos florões de ouro nas portas, elas demonstram o extremo poder erguido pelas mãos dos povos da longínqua África, e nele dói a lembrança deste período, onde existia a negação do bem da liberdade e a esperança se punha na fuga ou na compra de sua própria vida.
            Ao descer uma rua íngreme, logo à frente o poeta sente nos olhos a territorialização da praça dos Justos, mesmo estando a certa distância o ar calmo e sedento de explicações por ele é tomada pela presença mágica da tão esperada fonte e o poeta vê seus pelos arrepiarem, isso o faz tirar seu último folego para que o mesmo corra para junto desta maravilha antiga.
            Ao chegar mais perto a chuva fina envolve gota a gota todo o seu corpo físico e mental, delas pairam o som das belas lembranças do tempo onde ganhara um dia a vida a declamar poesias de sua própria lavra. Nesses dias acordava cedo, pegava sua cartola e partia para a rua do ouvidor e com o passar das horas alguns trocados eram dados a ele pelas mãos de sensíveis seres, todos encantados com a magia das palavras postas em união carnal com sua voz rouca a ecoar no correto azul-turquesa.
            Agora chegado à fonte o poeta relembra o rosto angelical da amada, jovem de sinceridade infindável com um sorriso brando, mas este amor platônico nunca terá na realidade um bom final, pois entre eles existe um enorme abismo Histórico material, de um lado a pobreza econômica do poeta e do lado da linda jovem, uma riqueza imensa cheia de conveniências, estas resultados de séculos de rapina familiar das explorações das vidas alheias e do próprio modo arcaico de deixar outrem nas margens cativas.
            E a fonte sacia os tempos onde seus passos não viram a água, ela também lhe dá uma força fenomenal, força que vem apontar as coisas que ele já sabia, a água abre a sua mente e o faz ver que apenas em sonho terá a sua princesa arrogante nos braços, ou apenas nas suas poesias ela poderá beijar sua boca.
            Jogado dentro da fonte de gole a goles tomados pela cuia de sua própria mão, o poeta procura aumentar a sua coragem, depois de algumas doses ingeridas em demasia a sua barriga já não mais aguenta tanta água milagrosa e como ela faz efeito rápido e a sua consciência imaterial, agora o convence de voltar a viver no palco do anonimato dos seus sentimentos tão profundos.
            Com os sentimentos voando no espaço o poeta caí ao solo e ao olhar para o céu, vê pela primeira vez a lua tomar formas de desenhos, onde ele e sua amada vão ao altar, dali também se observa a grandeza de cinco grandes homens, tal qual a imagem de seres que um dia foram derrotados, mas não deixaram de lado o seu semblante imponente, uma criança de cinco anos traz nas suas mãos a bandeira e o facão, enquanto o astro-rei, já tenta no horizonte quebrar os primeiros véus da alvorada.
Ao lado da fonte, de seu corpo nasce uma ardente tocha da vontade humana, agora basta a esperança dele acordar do prejudicial desmaio e que Deus ajude o pobre a encontrar alguém no seu caminho, quem sabe ela, quem sabe outra nova, quem sabe uma nova poesia donde se possa ver florescer mais uma vez seu grande sentimento de liberdade aliado a compreensão da paisagem exposta junto da fonte inesquecível.

            Mais o poeta não volta de seu desmaio e seu corpo é envolvido pelas mãos dos mais belos anjos, eles o levam ao paraíso e lá ele não precisa mais amar uma só mulher, agora tem ele o trabalho de amar e proteger todos que no mundo necessitem desta benção. Pois ele mesmo agora é querubim a proteger os outros poetas, dos quais um dia partirão na busca da fonte paladina.

2/20/2015

POÉTICA PERIFÉRICA



Por Eric Costa e Silva


No jardim da saudade está o poeta

Na sua eterna busca pelo novo

A receber a brisa da lagoa no rosto.


As margens dela se tornam mais espessas as luzes

Estas se fundem as margens do seu ser

Dando a ambas uma maior revelação das doutrinas

Sendo todas tomadas pelo ar armado

Das lisonjeiras pétalas de chumbo.


Onde estão as belas inatas palavras

Um dia tomadas do poeta

Dadas a outros mitos

Se não aqui nas paginas amarelas

Desta minha inútil imaginação

Sempre a espera dum novo enredo.


Enredos de pétalas e chumbo

Vidas que se vão aos montes

Sem mesmo dizerem adeus

Ou tocarem a face da alegria.


Pétalas que são mais que flores

Chumbo tal qual o céu de inverno

Chumbo tal qual a ordem das vozes roubadas

A esfriar os cabelos da menina

Ou só um fim de saudades a unir um só desejo.


E cá estão o homem e a poesia

Um a esperar o outro

Com um sorriso mais tenro de fevereiro

Sempre dito aos cantos da paisagem.


Poesia é sempre mais que imagem

O homem não é só esta forma

Nem mesmo apenas semelhança

Eles são em si algo divino

A regar as profundas respostas

De tudo aquilo que um dia


Nos pegamos a perguntar ao vento.


Onde estão as palavras

Os gestos de amor

Onde estão os homens

Das novas margens do rio.


2/19/2015

Senta, Leitor! Abra a mente


Por Eric Costa e Silva

No Horizonte do Tep(l)o das lágrimas
Onde pousam carcarás, acauãs e urutus brancos
A árvore que cresce a cada dia
Pelo poeta oculto foi semeada
E dela se viu grandes frutos.

Com tanto sucesso nos ares frondosos
Dos sabores de mil e um gostos
Lothur com sua águia em escudo de rosas
Mais uma vez lançou mãos de suas trapaças
Buscou nas técnicas de sua arte
A arte de tomar vozes.

Enquanto isso o poeta
Que relutante em todas as cores
Estufou o peito para dizer
O tronco, os frutos e os ramos desta árvore
São Brilhos de minhas fontes.

E as fontes pirilampam no chão gelado
Na cela da polifonia da andorinha viajam
Na mesa do general se põe em planos
Na taça dos loucos a vida se esvai na lousa da parede
Na menina linda do pombal que o traz flores
Na ironia dos pulos behaviorista
Ou mesmo na luz dos decaídos
O pré estabelecido o faz ser esquecido.


Para o poeta ainda basta o amanha
Mesmo não tendo tão pouca idade
Ele espera o avançar do tempo
Que quem sabe deve restaurar a verdade
Um dia posta na prateleira
Vista nas infovias dos mil mares
Carimbadas feito com o punhal pontiagudo
Daqueles homens que não suam
E tomam para si o suor de outro.

Mais o que tem o poeta hoje?

Apenas indiretas poéticas
Tão diretas como a infinidade do céu
Que um dia se abriu em brindes
Antes mesmo do alimento da troca de sangue
Tão vulnerável dita e redita
Apenas tem a honra de dizer
Tudo nessa árvore sou eu.

Um dos dedos dum escolhido de Lothur
No meu quadro-negro
Já vai fazer aniversário
Enquanto eu mais uma vez
Vou ao bar beber um refri de uva.

Levanta Leitor!
Não seja você um boneco ventriloco
Nem mesmo mais um inconsequente
A andar pela paisagem árida dos moinhos.

2/18/2015

MARCO




Por Eric Costa e Silva



Quantos pássaros vivem engaiolados

A desejarem do fundo d’alma

Um planar livre por caminhos encantados.


Cada um na gaiola

Nas grades encrustados

Sentem a  única verdade 

Posta na vontade de voar.


A grade quando fechada

Sua própria liberdade sente o toler

As luzes dos olhos brilham 

E na mente não existe nada pior!

Que os desejos reprimidos em cárcere.


Cada pássaro preso

Com suas raízes cortadas

Sentimos! As alegrias somem de suas vidas

Na gaiola tétrica 

Os sonhos cambaleiam tontos.


E agora apenas sobrevivem 

Pelo fel de cada aparência indigesta

Que enganam todos os seus sentidos.


De cada parede tétrica

Eles não se misturam

Apenas vivem no obscuro

A cantarolar sozinhos nesta cela

E nelas meus amigos

Ninguém pode se sentir feliz.


Nos parques e bairros desta Nação

Fica nesta a semente

Do viver livre necessário

Para ver esse bando chegar

Sob o vasto campo de lírios

Bem além do horizonte.



2/15/2015

FOLIA DE REIS



Por Eric Costa e Silva

Lá vem o palhaço

Com sua espada alada

A brincar na estrada empoeirada.


O acompanham sorridentes

Os súditos do reisado

A cantar velhas melodias

Cheias de amor ao Todo Criador.


Nesta festa toda especial

A bandeira de cada grupo é elevada

Nas casas donde são recebidos

Sempre se faz em graça e prece

Das mãos dadas em constrição

A recebê-los em palmas

Numa unção dos tempos pagãos.


Com o saltitar de cada palhaço

As crianças manhosas se tomam em choro

Com imenso medo das máscaras

A esconder as faces matreiras dum trabalhador.


As máscaras

Não escondem a verdade

Da alegria relampejante 

Das bandeiras do Interior.


Lembre criança chorona

Os seres mascarados trouxeram presentes

Ao nosso irmão Jesus

Elas também saíram seguindo à estrela mãe

Um dia única pelo Pai colocada no céu

Para avisar os homens de fé

Que é hoje o dia da chegada

Do grande que sempre amará a humanidade.




2/12/2015

PRIMAZIA



Por Eric Costa e Silva

Lá fora cai uma leve brisa

Cá dentro do peito

A névoa marca o tormento do acaso

Dos dias dados em tons de tristeza.


O relógio da parede do quarto

O tempo real pode aferir

Já as cicatrizes do corpo 

Em vastos lugares inimagináveis

Ao redor do sol do meio dia

Sob a pena dos braços em construção

As batalhas da vida sinalizam.


Na mente cada ser abstrato

Em concreto transtorno se esvai

Vidas se vão! 

Enquanto meu eu se tranca no quarto escuro

E cada letra na estante mágica do conjunto sólido

Nas lágrimas do ontem

No fundo cravam territórios alados

E se colocam aos olhos

Das folhas em planos passados.


Não tentem fugir da compreensão

De meu olhar triste

A se sentir abandonado

Pela própria figura no espelho.


A busca do homem

A fazer a sua viagem interior

Sempre estará ali, inertes.


A cada caminho pela imagem interior

Sempre podemos perceber

Eles nos trazem o bem a todos.


Em qualquer hora do dia

O tom fúnebre da barbárie

Nos demonstram a certeza escarlate

Dos modos dos olhares vindouros

A relegar aos fios do poste

As marcas espaciais de um Mundo.


De leituras insensatas

De preconceitos estabelecidos

De palavras a navalhar o bem.


Ao entrarmos nos recantos 

O azul do todo versátil

As gêneses das coisas serão vistas

Junto aos colibris de plumagem azulada.


Nas taças amargas do presente

O fel das memórias

Hoje cintilam todas as dores 

Postas no copo pardo

 Do vazio das saudades.