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2/26/2015

Um Dia na Sala dos Espirituosos: Bem Aventurado Francisco


Por Eric Costa e Silva

Nos arredores do Jardim Suspenso de Sumaré, onde se reúnem alguns seres espirituais de grande fé, o céu trazia as estrelas e a lua se escondia mais uma vez dos olhos dos simples 595 mortais. Nesta noite, ao som das luzes do conhecimento se apresentariam os ensinamentos do contador de fábulas de literatura fantástica.
Entre fênix, gralhas, gaivotas, porcos e gansos. O ruído como de costume se tornava uma afronta para os ouvidos de qualquer um que deseja-se de forma lenta, pregar os olhos no texto não lido da semana, ou mesmo, quem sabe, do desejo daqueles que necessitassem apenas alguns minutos de silêncio, depois de horas de labor a frio nas fileiras da exploração bem-vinda.
Nem um desejo, nem outro se podia escutar ao fim do túnel. Quando o contador de fábulas, um tanto tocado pelos sentidos ateus, agora um pouco abalado pela sombra incauta a tomar toda a base de seus olhos em forma de um grande prédio a se fazer em sombras, apontou pela porta de entrada.
Naquele momento, as jovens aderiam a moda dos desejos carnais de especulação dos seus objetos mais profanos, tais quais as mitres dos sonhos encantados a desejarem ser um dia Afrodite, enquanto alguns pardos, brancos e sem coloração definida sonham um dia alcançar sua vitória por meio do conhecimento adquirido em noites de galos e quintais. Porém, as estrelas estão nos céus para todos e o contador de fábulas, carregava sua régua retangular mágica que disseminava novas ondas de saber.
Hoje apenas o poeta traz na memória que no encanto daquela noite, também saracoteava a vaga e fluida lembrança da fumaça branca, na qual ainda não tomava os arredores da sede da Igreja Central. Assim como o homem no passado a escrever versos na areia, ao avistar o contador de fábulas pisar dois passos além do batente, de bate pronto, tal qual uma bola que pinga pronta para o caneleiro fazer o gol, um rugido toma conta da voz do jovem poeta.
Que tal um gavião branco argentino que seja mais visto como salvador dos ares planetários e um servo amante dos animais. Um Francisco para hoje ser o grande novo Santo Padre da revolução dos bichos humanos? E a aula transcorreu com os poucos que escutaram com um semblante de quem precipita mais um delírio sob o monte da vida do poeta.
Contudo, a madeira se tornou de lei, a pedra da palavra se fez fundamental e a força do destino, nos faz crer, algo mudou na cidade dos espirituosos.