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4/12/2015

Agora Falando Sério: Domingo


Por Eric Costa e Silva

O Brasil passava pelo início de uma nova ordenação da sua matriz econômica, de um lado não fizemos o salto necessário para prospecção do petróleo na camada do pré e pós sal, mas com relações entre as empresas globais se deu início o ciclo de retirar o ouro negro.
Com a politica de destinação de contingente estratégico de parte dos lucros dos royalties para a educação e para a saúde, o Estado brasileiro busca fazer o salto necessário para a formação de contingente preparado para sair da condição de mero exportador de produtos não manufaturados, ligados ao mundo agrário.
O salto educacional passa pelo reconhecimento das categorias nelas existentes que por via de regra vivenciam a vida intra e extramuros das instituições de ensino, ou seja, devemos saber que tanto profissionais de educação, quanto os estudantes devem ser prioridade.
Os professores devem ter a liberdade de preparar as suas aulas, não ficando aprisionados a uma cartilha ou apostila que não respeita as regionalidades das realidades deles e de seus alunos, além destes primeiros devem ser alvos também da valorização salarial, nada disso é novidade para quem não saiu as ruas pela primeira vez entre os anos de ontem de deste domingo.

Cultura e Ostentação Individualista

Outro salto que deve ser pretendido pela sociedade brasileira consiste no tão propagado consumo consciente, uma cultura que prega a ostentação de bens materiais, não trabalha em maneira nenhuma para a conscientização de seu contingente demográfico.
Essa cultura de ostentação aumenta apenas os abismos da realidade vivida pela maioria dos brasileiros, não adianta pregar que a ostentação propagada é uma mensagem que parte para antenar em especial os jovens, nos caminhos de trabalho e luta para as conquistas dos bens desejados.
Por isso, a cultura geral deve ser tomada por uma renovação dos seus sentidos, um tanto menos individuais e puramente mercadológicos, onde os programas de entretenimento tem papel preponderante nessa renovação.

Manifestações de Domingo

Um carro de som me atentou no sábado com o chamado para esse domingo, contra o aumento da gasolina, da inflação, da economia zero e dos desmandos do PT com a sua corrupção.
Esse movimento que se iniciou com um contingente individual, caracterizado como novos movimentos sociais, ativados por ativistas de redes sociais e de modelos dialógicos baseados na rede mundial de computadores, deve aprender a não apenas a fazer suas pautas de reivindicações com vistas ao esquecimento de setores sociais e a aversão a agremiações como os sindicatos e aos próprios partidos políticos.
Na verdade a aversão a partidos políticos é apenas uma tática, pois nas redes podemos perceber, os chamados agentes motivadores das manifestações, sempre estão a compartilhar conteúdo de partidos derrotados nas últimas eleições e alguns políticos derrotados fazem chamamentos para o seu publico se fazer presente no ato verde e amarelo.
Esses movimentos, se iniciaram com muitas pautas, cada indivíduo trazia no bojo da manifestação sua proposta, talvez sejam e foram tantas que elas mesmas se fruem e desmaterializam em palavras de ódio, não calcados em realidades jurídicas que possam levar as mesmas a se pactuar com ensejo vitorioso, digo, o impedimento da Presidenta Dilma, bem como a insensatez de pequena parcela em favor de uma intervenção militar. Duas propostas incabíveis até o momento.
Mais a realidade destes movimentos é que eles tentam se mostrar apartidários, alheios a grupos políticos, porém, vê-se logo, o mesmo é composto por uma maioria descontente com a perda dos privilégios de um certo bem-estar social implementado principalmente nos governos do Partido dos Trabalhadores.
Sim, em conjunto com as constantes inserções da mídia que a anos vem propagando um ataque, não aos gestores da corrupção e sim de um partido, eles formularam e ainda formulam que tudo que existe de sujo é apenas produto de uma sigla e não das pessoas ou dos outros que fazem parte dos malfeitos. Criou-se um embate, entre o PT, um partido hoje de centro-esquerda e a sociedade com vistas a, por fim, na influência do partido com a população.

Ataques de Hoje no Futuro

Por outro lado o ataque é bem maior, agora, com a terceirização sem limites das atividades fins, o salto técnico social está de forma direta sendo afetado, não adiantará de quase nada preparar o Brasil e os brasileiros para fazerem parte de um Mundo do Trabalho dos valores agregados, pois onde as relações são precarizadas, o sentimento geral é de descrença em qualquer sistema ou forma simbólica de vida, principalmente, devido o próprio campo educacional estar também inserido nesse fazer de terceirização.
As carreiras nas instituições de ensino, poderão ser terceirizadas e a qualidade com quase total certeza poderá levar o sonho que se mostrava real, de um Brasil moderno e produtor de mercadorias de terceira grandeza para a vala dos sentidos e dos sentimentos de que as ruas, com seus fiéis homens que hoje as apoiam, fizeram deste sonho mais um passo atrás na história recente da Nação.
Por isso, creio que a pauta não seja essa de impedimento de Dilma e sim a pressão popular contra os projeto de terceirização e a perda de direitos trabalhistas, bem como, uma adequação das metas das economias que não sejam sentidas apenas pelos trabalhadores, desfiliados e setores mais vulneráveis das relações econômicas brasileiras.
Vamos sim para a rua e façamos um trato, nos respeitemos uns aos outros, dialoguemos e façamos do Brasil o Brasil sem tantas desigualdades. Contra o projeto de terceirização e pelo Veto do mesmo.