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4/17/2015

Dor do Passado em Carajás



 Por Eric Costa e Silva

Seja Humano pelo menos uma vez
Não critique os atos de quem luta
Não critique a vida de quem sonha com a terra.

Seja Humano pelo menos uma vez
Todos têm algum erro
E não merecemos morrer
Por sonhar com a felicidade.

Há dezenove anos
Paulo fazia História
Uma trama de sangue e lágrimas.

Enquanto Pantoja comandava a operação
Das propensas leis e do servir ao público
Logo chegaram todos os homens
Já com bombas de gás lacrimogêneo.

Naquele dia são ouvidos estampidos
Um a um caem dezenove
Um a um ainda vivem na memória.

Muitos não os vêem com bons olhos
Creio que devido a mais preconceitos
Do que vontade de conhecê-los.

Neste dia de lembrar fatos inglórios
Nós reerguemos o Monumento Eldorado Memória
Que um dia da mente de Oscar Niemeyer
Ganhou os ares de Marabá.

Agora nós reerguemos em poesia
O Monumento Eldorado Memória
Que um dia foi feito em pó.

Agora lembramos Ricardo Marcondes
Homem denunciante da História
Que no papiro dos nossos dias
Diz-nos que foram pagos níqueis de propina
Para que no chão tombasse
Os líderes dos sem-terra.

Seja Humano pelo menos uma vez
Todos têm algum erro
E não merecemos morrer
Por sonhar com a felicidade.

Lembro-me de ver-me
No meu primeiro congresso em Franca
Quase atônito e chocado.

Com todas as fotos dos cadáveres
De homens Sem-Terra
Que tombaram em Eldorado dos Carajás.