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2/27/2015

Gripe Suína Atinge a Memória




Por Eric Costa e Silva

Como um vampiro brasileiro, minhas Histórias de vida, quase todas são dadas e simbolizadas pelo império das noites, muitas delas vem da vivência nos bancos de instruções escolares e dos extras aulas, essa é mais uma delas, com componente de misto de agrado pela experiência e pela distrofia do abandono de mais um sonho.
O ano datava seu primeiro semestre de 2009, quando o poeta nascente aproveita a sala vazia do curso de enfermagem da Universidade Paulista de Araçatuba para traçar duas letras e dois números no quadro-negro, o mesmo esperava ávido os preenchimentos de saber da prezada professora da disciplina de Educação em Saúde, a querida Márcia Frandsen Pereira, com nenhuma preocupação de ser compreendido e com a vontade apenas de demostrar um certo passo a frente na História, o mesmo rabisca em letras garrafais, H1N1.
A grande profissional adentra a sala e seu olhar denota o questionamento. Quem haveria escrito aquela, até então não significada fórmula? Mesmo com toda a sua postura de arguidora, a sala, sem mesmo saber o dono do rabisco fez se em silêncio.
Na mesma semana, a gripe influenza A (H1N1), ou popularmente conhecida como gripe suína passa a tomar os primeiros noticiários do Planetário de Gaia. A Santa Casa de Misericórdia de Araçatuba já recebia os primeiros casos suspeitos, ali acamados, alguns de nossos cidadãos esperavam o diagnóstico e os primeiros protocolos de tratamento, ainda não qualificados na prática.
Mesmo sabendo da propensa fama de homem de poucos amigos, o poeta, antes do início da aula de Políticas de Saúde procura seu preletor, outro insuspeito e bem-sucedido professor Luis Roberto Lourena para ter uma conversa, na qual pode parecer, aos olhos dos demais como um delírio em forma bem escrita e conexa.
Sem delongas, pois a aula já se iniciaria logo após alguns minutos e com a notória procura diária pela atenção do nobre professor, o poeta com um semblante eufórico, o jovem aprendiz pede autorização para conversar com o grande Luis.
Depois da aceitativa da conversa, o poeta a ele sugere o assunto a ser abordado, uma certa afronta, pois tratava-se da quebra de acordo quanto ao trato de questões relativas a disciplina de Epidemiologia – vale a lembrança, nessa o 10 foi garantido. Lourena, vejo que os procedimentos de protocolo de atendimento a gripe suína, influenza A (H1N1) passam por uma fase de descoberta.
O olhar do mestre agora é de intensa curiosidade, na sua face cresce a indagação, seria mais um a querer conseguir atenção e amizade por meio de uma conversa inusitada e desproporcional? Porém, o jovem – hoje sabemos, não enfermeiro, passa a com sua voz rouca a balbuciar as primeiras constatações.
Nobre, minha intuição histórica e de vida, de um homem, um dia colocado ao pé do sofá da sala em estado quase total vegetativo demonstram, uma das melhores formas de tratamento até o momento, pois ainda não temos uma vacina específica para a gripe suína (H1N1), com intuito de diminuir os sintomas do agravo de saúde, passa pela ministração indicativa do uso de oseltamivir (Tamiflu®). E o mestre enfermeiro toma a disposição de analisar a medida, sua decisão é bem maior que a dica, pois a palavra de um profissional com o seu gabarito torna-se aliada do bem maior daqueles a necessitar da medida.


O anjo torto das descobertas mais uma vez sorri, e como medida efetiva fica a lembrança de que a gripe suína hoje atinge a memória, mas não dos pacientes e sim de um velho jovem, do qual agora se vê com uma boa História para contar aos leitores desse pouco influente blog.