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2/25/2015

EQUINÓCIO de ROCHA



Por Eric Costa e Silva

No ventre dourado das palavras
No alvo oceano verde
Os homens e mulheres do passado
Ali ergueram um monumento
Tudo para marca com a beleza do tempo
As mil e uma formas de amar.

Sem a futura crise indigesta
Dos valores dos não nativos
Eles saboreavam as delicias da mata
E a cada instante em suas pontas
São ditados ensinamentos atemporais.

Ao redor das pedras
Pelas noites dançavam
Junto a companhia das túnicas divinas de Tupã
Ele saudava em gritos de alerta
As presenças dos espíritos dos antepassados.

Hoje! Do equinócio distante
Apenas um pilar resiste
Os ventos nas pedras
Sozinhos uivam em notas
E a noite se faz alegre
Donde no plano etéreo
O punhal de caça 
Que um dia os levaram
Agora está posto no chão gélido.

O pilar de pedra não tão solitário
Não mais vê a materialização dos nativos
Mais aguarda sedento
Junto com os animais da floresta
O alívio da nova chegada

Que vai por fim a aculturação.