Por Eric Costa e Silva
Nas
terras arridas dos pensamentos
Aos pés dos
espelhos caminhantes
Caminham os
povos cansados
Sob as sombras frondosas
De algumas acácias milenares.
De algumas acácias milenares.
Em cada grotão
Ainda permanecem vivas
Todas as formas da tarde.
No fundo dos olhares
Ainda permanecem vivas
Todas as formas da tarde.
No fundo dos olhares
Suas
forças verdejantes são guardadas
Em
plenos campos escassos
Que um dia visitaremos sob o sol.
Que um dia visitaremos sob o sol.
Desde criança pequena
Aprendi a brincar com as nuvens
Ali! No céu, cada homem é uma nuvem.
E sob a nossa vontade
Cada parte se reflete em um rosto
Aprendi a brincar com as nuvens
Ali! No céu, cada homem é uma nuvem.
E sob a nossa vontade
Cada parte se reflete em um rosto
Que
ainda não vi.
As vezes dragão
As vezes um doce
Outra um elefante
Outra a face do Amor.
As vezes dragão
As vezes um doce
Outra um elefante
Outra a face do Amor.
E a cada imagem que se forma
Me faz pensar
Me faz pensar
Em
quem sabe um dia
Ficar eu eterno na memória
Das nuvens de meus descendentes,
Das nuvens de meus descendentes,
Não
tenho mais dúvida
Todas
as dores dos esquecimentos colossais
Que as nuvens guardaram para eu.
Que as nuvens guardaram para eu.
Hoje embalam as toadas maniqueístas
Que me
traz os cantos encantados
Dos
amores em couro
Donde
homens degustam
Um
bom bode transparente assado.
Hoje
todos somos sertanejos globais
Pouco olhamos as nuvens
Nem mesmo a alvorada vemos.
Pouco olhamos as nuvens
Nem mesmo a alvorada vemos.
Que
venham as balanças bailantes
Que Sobre
a dor de um prato ralo de feijão com fubá
Feitos
as sombras de árvores
Vivam nosso sertão.
Vivam nosso sertão.
Tal qual as nuvens
Mesmo com tempos em manga parca
Mesmo com tempos em manga parca
Os
homens vivem e reproduzem sonhos
Eles
vivem e dão ao mundo novas vidas.
Cada
uma delas
Sem
querer já nascem fortes
Com
percepções salutares do lugar
Numa
simbiose farta
Sempre
ensinam ver a chuva
Além
de sentirem no corpo o sol dos dias.