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3/06/2015

A CADÊNCIA DO TREM



Por Eric Costa e Silva

Adentro no trem mágico do destino
Ele está lotado de temperamentos escalares
E o conselheiro me cobra.

Cadê a cadência!
Cadê a cadência!
Cadê a cadência!
Cadê a cadência!

A cada metro rodado em ferro lince puro
Novas pessoas eu posso conhecer
Umas são mais intrigantes que as outras
E tudo aparenta o negro da despedida
Sempre inata às vontades supremas de qualquer viagem.

E a mulher gorda
Com seu filho desnutrido nos braços
A cada palavra me indaga
Cadê a cadência!
Cadê a cadência!
Cadê a cadência!

Abro a janela e sinto a brisa
De tão leve e fugaz
Da vontade de vesti-la
Para juntos contemplarmos
A mudança gradual de cada paisagem
E assim elas me encantam!
Trazendo pra cá dentro
A petrificação do instante em orvalhos permanentes.