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3/30/2015

JANGADA QUE PASSA


Por Eric Costa e Silva

Já cai a noite na minha jangada
A lua se coloca sob meus olhos.
Ali presente o eu menino
Ali presente o eu jovem
Aqui presente o eu jovem velho.

Nos dias desse outono cinza
Cá estou sob o calor do passado
A escrever essas parcas linhas.

As vezes escrevo para pessoas que amei
As escrevo para as que nunca me amaram
As escrevo para aquela que um dia me amará.

As escrevo com o tinteiro
A lembrar de uma pessoa
Que um dia comecei a amar.

Essa, tal qual os dias nublados
Mesmo com o doce dos seus beijos
Ainda a marcar meus lábios
Fui mais uma vez preterido no livro da História.

De tempos em tempos
Sou pego pela vontade desse passado.

De tempos em tempos
Eu tento manter uma conversa amistosa
Sem falar de amor
Sem falar de minha flor que hoje é dor.

Agora vejo que atrapalho
Tudo ficou no ontem não começado
Desculpas! Apenas isso.

Não devia invadir seu tempo presente
Com minha presença do calendário antigo
Mais por vezes gosto de conversar
Com aquela que um dia amei
Sem mesmo ser amado.

Não devia invadir seu tempo presente
Com minha presença do calendário antigo
Mais por vezes gosto de conversar
Com a fina rosa
Na qual conhece-me no período da minha juventude.

Período chato que me lembra muitas derrotas
Mais alguns sorrisos marcam
Uns lábios se encontraram
Sem mais, desculpas novamente.