Por Eric Costa e Silva
Já cai a noite na minha jangada
A lua se coloca sob meus olhos.
Ali presente o eu menino
Ali presente o eu jovem
Aqui presente o eu jovem velho.
Nos dias desse outono cinza
Cá estou sob o calor do passado
A escrever essas parcas linhas.
As
vezes escrevo para pessoas que amei
As
escrevo para as que
nunca me amaram
As
escrevo para aquela que um dia me amará.
As
escrevo com o tinteiro
A
lembrar de uma pessoa
Que
um dia comecei
a amar.
Essa,
tal qual os dias nublados
Mesmo
com o doce dos seus beijos
Ainda
a marcar meus lábios
Fui
mais uma vez preterido no livro da História.
De
tempos em tempos
Sou
pego pela vontade desse passado.
De
tempos em tempos
Eu
tento manter uma conversa amistosa
Sem
falar de amor
Sem
falar de minha flor que hoje é dor.
Agora
vejo que atrapalho
Tudo
ficou no ontem não começado
Desculpas!
Apenas isso.
Não
devia invadir seu tempo presente
Com
minha presença do calendário antigo
Mais
por vezes gosto de conversar
Com
aquela que um dia amei
Sem
mesmo ser amado.
Não
devia invadir seu tempo presente
Com
minha presença do calendário antigo
Mais
por vezes gosto de conversar
Com
a fina rosa
Na
qual conhece-me no período da minha juventude.
Período
chato que me lembra muitas derrotas
Mais
alguns sorrisos marcam
Uns
lábios se encontraram
Sem
mais, desculpas novamente.