Por Eric Costa e Silva
O
Brasil passava pelo início de uma nova ordenação da sua matriz
econômica, de um lado não fizemos o salto necessário para
prospecção do petróleo na camada do pré e pós sal, mas com
relações entre as empresas globais se deu início o ciclo de
retirar o ouro negro.
Com
a politica de destinação de contingente estratégico de parte dos
lucros dos royalties para a educação e para a saúde, o Estado
brasileiro busca fazer o salto necessário para a formação de
contingente preparado para sair da condição de mero exportador de
produtos não manufaturados, ligados ao mundo agrário.
O
salto educacional passa pelo reconhecimento das categorias nelas
existentes que por via de regra vivenciam a vida intra e extramuros
das instituições de ensino, ou seja, devemos saber que tanto
profissionais de educação, quanto os estudantes devem ser
prioridade.
Os
professores devem ter a liberdade de preparar as suas aulas, não
ficando aprisionados a uma cartilha ou apostila que não respeita as
regionalidades das realidades deles e de seus alunos, além destes
primeiros devem ser alvos também da valorização salarial, nada
disso é novidade para quem não saiu as ruas pela primeira vez entre
os anos de ontem de deste domingo.
Cultura
e Ostentação Individualista
Outro
salto que deve ser pretendido pela sociedade brasileira consiste no
tão propagado consumo consciente, uma cultura que prega a ostentação
de bens materiais, não trabalha em maneira nenhuma para a
conscientização de seu contingente demográfico.
Essa
cultura de ostentação aumenta apenas os abismos da realidade vivida
pela maioria dos brasileiros, não adianta pregar que a ostentação
propagada é uma mensagem que parte para antenar em especial os
jovens, nos caminhos de trabalho e luta para as conquistas dos bens
desejados.
Por
isso, a cultura geral deve ser tomada por uma renovação dos seus
sentidos, um tanto menos individuais e puramente mercadológicos,
onde os programas de entretenimento tem papel preponderante nessa
renovação.
Manifestações
de Domingo
Um
carro de som me atentou no sábado com o chamado para esse domingo,
contra o aumento da gasolina, da inflação, da economia zero e dos
desmandos do PT com a sua corrupção.
Esse
movimento que se iniciou com um contingente individual, caracterizado
como novos movimentos sociais, ativados por ativistas de redes
sociais e de modelos dialógicos baseados na rede mundial de
computadores, deve aprender a não apenas a fazer suas pautas de
reivindicações com vistas ao esquecimento de setores sociais e a
aversão a agremiações como os sindicatos e aos próprios partidos
políticos.
Na
verdade a aversão a partidos políticos é apenas uma tática, pois
nas redes podemos perceber, os chamados agentes motivadores das
manifestações, sempre estão a compartilhar conteúdo de partidos
derrotados nas últimas eleições e alguns políticos derrotados
fazem chamamentos para o seu publico se fazer presente no ato verde e
amarelo.
Esses
movimentos, se iniciaram com muitas pautas, cada indivíduo trazia no
bojo da manifestação sua proposta, talvez sejam e foram tantas que
elas mesmas se fruem e desmaterializam em palavras de ódio, não
calcados em realidades jurídicas que possam levar as mesmas a se
pactuar com ensejo vitorioso, digo, o impedimento da Presidenta
Dilma, bem como a insensatez de pequena parcela em favor de uma
intervenção militar. Duas propostas incabíveis até o momento.
Mais
a realidade destes movimentos é que eles tentam se mostrar
apartidários, alheios a grupos políticos, porém, vê-se logo, o
mesmo é composto por uma maioria descontente com a perda dos
privilégios de um certo bem-estar social implementado principalmente
nos governos do Partido dos Trabalhadores.
Sim,
em conjunto com as constantes inserções da mídia que a anos vem
propagando um ataque, não aos gestores da corrupção e sim de um
partido, eles formularam e ainda formulam que tudo que existe de sujo
é apenas produto de uma sigla e não das pessoas ou dos outros que
fazem parte dos malfeitos. Criou-se um embate, entre o PT, um partido
hoje de centro-esquerda e a sociedade com vistas a, por fim, na
influência do partido com a população.
Ataques
de Hoje no Futuro
Por
outro lado o ataque é bem maior, agora, com a terceirização sem
limites das atividades fins, o salto técnico social está de forma
direta sendo afetado, não adiantará de quase nada preparar o Brasil
e os brasileiros para fazerem parte de um Mundo do Trabalho dos
valores agregados, pois onde as relações são precarizadas, o
sentimento geral é de descrença em qualquer sistema ou forma
simbólica de vida, principalmente, devido o próprio campo
educacional estar também inserido nesse fazer de terceirização.
As
carreiras nas instituições de ensino, poderão ser terceirizadas e
a qualidade com quase total certeza poderá levar o sonho que se
mostrava real, de um Brasil moderno e produtor de mercadorias de
terceira grandeza para a vala dos sentidos e dos sentimentos de que
as ruas, com seus fiéis homens que hoje as apoiam, fizeram deste
sonho mais um passo atrás na história recente da Nação.
Por
isso, creio que a pauta não seja essa de impedimento de Dilma e sim
a pressão popular contra os projeto de terceirização e a perda de
direitos trabalhistas, bem como, uma adequação das metas das
economias que não sejam sentidas apenas pelos trabalhadores,
desfiliados e setores mais vulneráveis das relações econômicas
brasileiras.
Vamos
sim para a rua e façamos um trato, nos respeitemos uns aos outros,
dialoguemos e façamos do Brasil o Brasil sem tantas desigualdades.
Contra o projeto de terceirização e pelo Veto do mesmo.