Por Eric Costa e Silva
Escrever
outro poema
Nada
além de escrever os sentidos
Para
quem sabe sentir mais uma vez
Os
brados e gritos da rua.
A
noite se fazia em choro
A
sombra pairava sob a pena da noviça
Enquanto
cantos entoavam da sala.
Lá fora a neve mais uma vez
O canto dos pássaros castigava
Assim como as árvores
Ainda demostravam o vigor
Duma outra estação.
Enquanto cá na memória
Toda
força despendida em pranto
Fumegavam
do pulmão negro
A
mais um dia a buscar ar.
No
quarto de hóspedes que nunca vieram
O
norte da vela mítica da temperança
Nos
dá mais que um sentido nesta estrada.
Cada
grama do passado
Sorri
em blasfêmia na boca
De
todos aqueles um dia perfilado
Na
mesma árvore dos amigos que se foram
Ou
quem sabe, nunca os foram.
A
vela se leva em gosto
Ela
nos eleva aos templos de um só momento
Onde
o corpo e alma de cada um
Com
o vapor do gentil abraço quente
Não
mais vive em uma terra calcinada.
Então
venha meu doce de vitória
Seja
você a flor de lótus
A brindar o copo do suco mais puro.
Então venha minha musa
Ande pelo quarto do tempo
Viaje no passado comigo
Seja o meu presente.
Então venha minha musa
Ande pelo quarto do tempo
Viaje no passado comigo
Seja o meu presente.