Por Eric Costa e Silva
No
jardim da natureza humana
Num
continente além-mar
No
vale dos galhos de árvores secas
A
fome firmava bandeira em ossos
A
servir de palco para orações divinas.
Duma
criança descalça
Com
suas latas conseguidas do lixo
Sempre
pode surgir um novo som.
Dos
corações apaixonados de ontem
O
mar pode reviver a onda
De
mais um beijo.
Das
crianças de ontem
Onde
o nada era dado lembro-me
Que
nesta sua estrada de espinhos
A
cicatriz da insensatez
[multiplicava-se.
Mais
com o segredo da noite
Vem
o doce sabor do sorriso
A
misturar os recantos dos mais lindos dias
A
transcender as fronteiras sublimes
De
suas vidas regadas de felicidade.
Antes,
com a fome do corpo
A
não alimentar a alma saciada
A
esperança para o outro dia
Vem
tomar seu leito de descanso.
Mais
hoje ainda podemos sonhar
Seja
com o beijo doce
De
quem nunca poderíamos ter abandonado.
Mais
hoje ainda podemos sonhar
Seja
com minha Nação Fora do Mapa da Fome.
E
ninguém do lado de lá
De
toda boa memória
Mesmo
que tentar
Vai
conseguir cortar
O
seu fio dourado de nossas vidas.